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Uber vira empresa de software e começa a vender programa no setor público

Tecnologia será usada por um distrito da Califórnia para gerenciar seu sistema de vans. O software pode virar um novo braço de negócio e gerar receita extra

Uber: apesar da alta na demanda pelo Uber Eats, empresa vem sofrendo na pandemia com queda em volume de viagens (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

Uber: apesar da alta na demanda pelo Uber Eats, empresa vem sofrendo na pandemia com queda em volume de viagens (Jonathan Ernst/File Photo/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 17 de junho de 2020 às 13h52.

Última atualização em 17 de junho de 2020 às 15h12.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Uber pode ter encontrado uma fonte extra de receita. A empresa de transporte compartilhado passará a vender sua tecnologia de gestão e localização dos veículos, segundo informou nesta quarta-feira, 17.

O primeiro negócio é pequeno: a venda foi feita para o condado de Marin, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, que tem pouco mais de 250.000 habitantes. O governo da região vai usar a tecnologia para gerenciar seu sistema de vans acessíveis, usadas para transportar pessoas em cadeira de rodas. Neste começo, serão apenas quatro vans.

"Isto não é algo pontual. É um novo produto e um novo negócio", disse o diretor do braço de trânsito da Uber, David Reich, conforme informou a agência Bloomberg. O objetivo é fazer parceria com outros departamentos de trânsito no futuro. "Juntos queremos fazer da posse de carros uma coisa do passado", diz.

O contrato de dois anos com o condado californiano gerará 80.000 dólares à empresa. No passado, o condado de Marin também fez parcerias com a rival Lyft.

Como espera Reich, a venda de soluções de software pode se tornar um novo negócio para a Uber em um momento em que a empresa sofre durante a pandemia com queda no volume de corridas de seu braço de viagens, o mais importante em receita.

Uber na crise

Mesmo antes da crise, a Uber já vinha sendo criticada por altos custos e por não gerar lucro. Uma das projeções para 2020 era de que a empresa passasse a gerar lucro operacional -- o que não deve se concretizar com a crise.

A Uber demitiu durante a pandemia do coronavírus mais de 6.000 funcionários, o equivalente a 25% de sua força de trabalho no mundo. Também anunciou o fechamento da operação do Uber Eats, braço de entrega de refeições, em sete países, incluindo no Uruguai.

Uma das apostas da Uber durante a crise era a aquisição da empresa de entrega de refeições Grubhub, com a expectativa de que a fusão acelerasse a entrada da Uber no mercado de alimentos -- em franco crescimento em meio à quarentena imposta no mundo a partir de fevereiro e março. Contudo, na semana passada, a Grubhub acabou sendo comprada pela Just Eat, rival da Uber, criando uma das maiores empresas de delivery do mundo -- e incluindo nos Estados Unidos, o principal mercado da Uber e do Uber Eats.

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