Negócios

Uber vai investir R$250 mi em centro tecnológico no Brasil

Desenvolvimento visa tornar mais seguro para os motoristas receberem pagamentos em dinheiro, método chave para a expansão da empresa na América Latina

Uber: enquanto em mercados desenvolvidos as preocupações se concentraram na segurança dos usuários, nos mercados emergentes o perigo pode atingir as duas pontas (Simon Dawson/Illustration/Reuters)

Uber: enquanto em mercados desenvolvidos as preocupações se concentraram na segurança dos usuários, nos mercados emergentes o perigo pode atingir as duas pontas (Simon Dawson/Illustration/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 10h02.

Última atualização em 17 de agosto de 2018 às 10h07.

São Paulo - O serviço de aplicativo de transporte Uber planeja abrir um centro de desenvolvimento tecnológico de 250 milhões de reais no Brasil para tornar mais seguro para seus motoristas aceitarem dinheiro, um método de pagamento chave para a expansão da empresa na América Latina, disse a empresa na sexta-feira.

O diretor de produtos de segurança do Uber, Sachin Kansal, disse em entrevista que o investimento nos próximos cinco anos vai financiar o centro com cerca de 150 especialistas em tecnologia em São Paulo, focado em uma variedade de soluções de segurança.

O Brasil é o segundo maior mercado nacional do Uber, depois dos Estados Unidos, com 1 bilhão de corridas nos últimos quatro anos e que gera lucro, segundo executivos. No entanto, a necessidade de aceitar dinheiro para o pagamento de corridas, em vez de apenas cartões de crédito e de débito como nos Estados Unidos, também trouxe desafios de segurança.

O presidente-executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, que assumiu as rédeas há um ano, disse que a segurança é agora a principal prioridade do Uber.

Enquanto nos Estados Unidos e em outros mercados desenvolvidos as preocupações se concentraram na segurança dos usuários, nos mercados emergentes o perigo pode atingir as duas pontas, já que os condutores que aceitam pagamentos em dinheiro tornaram-se alvos de ataques por parte de passageiros.

"É extremamente importante para nós apoiarmos o pagamento em dinheiro", disse Kansal em uma entrevista no escritório do Uber em São Paulo. "Há um certo segmento da sociedade que não tem acesso a cartões de crédito e esse é também o segmento da sociedade que provavelmente tem mais necessidade de transporte conveniente e confiável."

Novas ferramentas estão ajudando a confirmar a identidade dos usuários sem cartões de crédito, disse ele. Um desses métodos, que exige o número do identificação do passageiro para pagar em dinheiro, foi introduzido no ano passado depois que a Reuters revelou um aumento nos ataques contra os motoristas do Uber quando a companhia lançou a possibilidade de pagamento em dinheiro.

Kansal disse que o Uber também está usando aprendizado de máquina para bloquear viagens consideradas arriscadas antes de acontecerem. Ele se recusou a compartilhar o número de viagens que foram sinalizadas por seus sistemas.

O Uber também permite que motoristas e usuários compartilhem suas localizações em tempo real com os contatos. O percentual de usuários do Uber que ativam o recurso está perto de 10 por cento, disse ele.

"Os motoristas estão usando mais (o recurso) do que os usuários em todo o mundo", disse Kansal, "mas a magnitude dessa diferença na América Latina é bem alta".

Kansal disse que não pesquisou a disparidade e se recusou a oferecer uma explicação.

Acompanhe tudo sobre:AppsTransporte de passageirosUber

Mais de Negócios

Ele fatura R$ 500 milhões ao colocar Floripa na rota do luxo discreto

Black Friday tem maquininha com 88% de desconto e cashback na contratação de serviços

Início humilde, fortuna bilionária: o primeiro emprego dos mais ricos do mundo

A Lego tinha uma dívida de US$ 238 milhões – mas fugiu da falência com apenas uma nova estratégia