Negócios

Uber usa software que dificulta investigações da polícia

Programa de computador bloqueia acesso a dados e muda senhas

Uber: a empresa já enfrentou uma série de polêmicas com a Justiça de vários países (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Uber: a empresa já enfrentou uma série de polêmicas com a Justiça de vários países (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 12h37.

A Uber usa um software para bloquear computadores e alterar dados em escritórios da empresa que podem estar sob investigação da polícia, em uma manobra que poderia obstruir a justiça. A denúncia foi feita em uma reportagem publicada no dia 13 pela agência "Bloomberg" e é mais uma polêmica envolvendo a companhia tecnológica de transportes.

Chamado de "Ripley", o programa permite que uma equipe da Uber em São Francisco, nos Estados Unidos, acesse qualquer computador da empresa pelo mundo para trocar senhas e proteger dados, antes que a polícia chegue aos conteúdos.

Os gerentes de escritórios locais e regionais da Uber teriam sido instruídos até para ligarem para um número de emergência nos EUA caso estivessem sob investigação. Quando acionada, a equipe de São Francisco passa a invadir as máquinas para modificar os dados.

A estratégia já teria sido usada na Bélgica, Holanda e França, de acordo com a reportagem. A ideia surgiu em 2015, depois de uma ação policial em um escritório da Uber em Bruxelas.

O caso, no entanto, é questionável, pois toda empresa tem o direito de proteger seus dados e o acesso às suas informações confidenciais caso os mandatos judiciais estejam incorretos ou ocorra algum abuso durante a investigação. O problema surge se a empresa tenta enganar a polícia ou obstruir a Justiça com esse método.

A Uber já enfrentou uma série de polêmicas com a Justiça de vários países, a maioria relacionado com a operação e taxação do serviço de transporte, além de confrontos com taxistas. A empresa também já foi acusada de espionagem.

 

Acompanhe tudo sobre:EscândalosUber

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares