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Uber se prepara para batalha política na França

A empresa está se preparando para uma tormenta política no país, com uma greve geral convocada pelos taxistas e a oposição do governo


	Uber: última reviravolta na França complica as operações da Uber, que tem enfrentado problemas em praticamente todos os países da Europa
 (Reprodução/Reprodução)

Uber: última reviravolta na França complica as operações da Uber, que tem enfrentado problemas em praticamente todos os países da Europa (Reprodução/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 16h53.

A Uber Technologies Inc. está se preparando para uma tormenta política na França.

Os sindicatos dos taxistas do país convocaram uma greve nacional por tempo ilimitado a partir de 25 de junho para exigir que o governo francês proíba o uso de motoristas não licenciados por meio do serviço de táxis do aplicativo.

UberPop, o aplicativo da empresa com sede em São Francisco, EUA, já enfrenta oposição do governo.

Empresas como a Uber “continuam vendendo aplicativos que promovem o trabalho clandestino”, disseram os sindicatos em um comunicado, acrescentando que eles “apoiam todas as ações orientadas, organizadas a partir desta data contra a Uber”.

Na quarta-feira, o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, pediu que a polícia e o departamento de fraudes tributárias do país ampliassem o monitoramento dos motoristas do UberPop. ,

A unidade especial de polícia, chamada de “Les Boers”, já fez 420 apresentações judiciais contra o que diz serem táxis clandestinos que usam o UberPop e serviços similares, disse Cazeneuve.

A última reviravolta na França complica as operações da Uber, que tem enfrentado problemas em praticamente todos os países da Europa onde a empresa está presente, inclusive Portugal, Bélgica e Alemanha.

Na última quinta-feira, a Associação dos Carros Privados de Aluguel de Londres pediu que as autoridades do transporte promovessem a suspensão imediata das operações da Uber, citando preocupações com a segurança pública. A associação dos chamados minicabs diz que os motoristas da Uber operam sem o seguro apropriado.

A forma como as autoridades de transporte de Londres “os estão tratando não é consistente com a forma como nossos motoristas estão sendo tratados”, disse Steve Wright, presidente da associação, em entrevista.

“A Uber é grande demais para ser enfrentada? A empresa é à prova de fogo?”.

A Uber também está sendo confrontada em seu reduto.

O comissário do trabalho da Califórnia disse na quarta-feira que os motoristas que se conectam com os clientes por meio do aplicativo da empresa devem ser considerados funcionários, com um salário mínimo, remuneração por quilometragem e previdência. A decisão atinge a base do modelo de negócios da Uber.

Aflições francesas

No ano passado, os investidores avaliaram a empresa em US$ 40 bilhões, baseando-se, em parte, em suas perspectivas de crescimento em todo o mundo.

A Uber, como outras startups de “consumo colaborativo”, criou um negócio em torno de uma frota flexível de carros pilotados por pessoas que a empresa alega serem contratadas independentes.

Na Europa, os obstáculos variam da lenta adoção aos protestos de taxistas e chegam à proibição total. Na França, a empresa diz que inscreveu um milhão de usuários -- incluindo 250.000 do UberPop -- em pouco mais de três anos.

Nas cidades de Estrasburgo, Marselha e Nantes, a polícia proibiu o serviço UberPop. Em Lyon, o UberPop foi banido na quinta-feira depois que os taxistas planejaram ações similares, segundo os jornais.

O porta-voz da Uber na França, Thomas Meister, disse que a atitude do ministro do Interior francês “está levando a um forte aumento dos atos de violência em toda a França, perpetrados por uma minoria de motoristas de táxis que decidiram fazer justiça com suas próprias mãos”.

A Uber está oferecendo apoio legal aos motoristas que enfrentam problemas, disse ele.

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