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Uber e seu rivais disputam novos mercados: de bikes a scooters

Lyft, Uber e outras companhias investem em novos nichos no crescente e inovador negócio da mobilidade urbana

Jump Bikes, do Uber: foco em bicicletas elétricas que facilitam o deslocamento, mas aumentam os custos (Jump Bikes/Divulgação)

Jump Bikes, do Uber: foco em bicicletas elétricas que facilitam o deslocamento, mas aumentam os custos (Jump Bikes/Divulgação)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 3 de julho de 2018 às 11h50.

Última atualização em 3 de julho de 2018 às 13h53.

A empresa de transportes americana Lyft anunciou nesta terça-feira um acordo para comprar uma das maiores empresas de alugueis de bicicletas dos Estados Unidos, a Motivate International, que tem parcerias com patrocinadores como Ford e Citigroup. Sediada em Nova York, a Motivate custou cerca de 250 milhões de dólares, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pelo jornal americano The Wall Street Journal.

O negócio, e valor, colocam mais uma vez o Lyft em pé de guerra com o Uber, empresa de transportes líder nos Estados Unidos, que em abril pagou cerca de 200 milhões de dólares pela Jump Bikes, com forte presença em cidades como Washington e São Francisco. Desde fevereiro, por uma parceria, o Uber permitia que seus clientes alugassem bicicletas da Jump diretamente em seu aplicativo na cidade de São Francisco.

As bicicletas da Jump são elétricas, o que facilita os deslocamentos, mas demanda maiores investimentos para o crescimento dos negócios. Para turbinar o crescimento o Uber enviou, nesta segunda-feira, um email convidando seus usuários a se inscrever num programa de assinaturas. Por 49,99 dólares por mês os clientes podem ter livre acesso às bicicletas e carregadores, sem necessidade de devolução periódica, como o modelo de negócios tradicional. Seria uma solução para quem nem sempre encontra uma estação de troca nas proximidades.

Segundo o Uber, o email é apenas um teste para testar a recepção dos consumidores. Sites como o Business Insider questionam o custo anual de 600 dólares para os consumidores, o suficiente para que eles comprem suas próprias bicicletas elétricas.

Com os investimentos em bicicletas, Uber e Lyft entram num mercado já conhecido pela chinesa Didi, dona da 99, que controla o maior negócio de aluguel de bicicletas da China, a Offo. Por lá, as bicicletas podem ser deixadas em qualquer lugar, e são liberadas com um QR Code. Uber e Lyft entram, também, num terreno disputado com startups ambiciosas.

No Brasil, uma das mais capitalizadas é a Yellow, criada pelos fundadores da 99, Ariel Lambrecht e Paulo Veras, junto com Eduardo Musa, ex-presidente da fabricante de bicicletas Caloi. Com bikes e estratégia parecidas às da Offo, a Yellow já recebeu 9 milhões de dólares dos fundos de investimento Monashees e Grishin. Outras companhias, como a Bike Sampa, que opera em parceria com o Itaú, a Serttel e a Mobike também disputam esse mercado.

No fim das contas todas as companhias estão de olho num setor mais amplo, o de mobilidade urbana, que em grandes cidades da China, da Europa e dos Estados Unidos é disputado também por patinetes e scooters elétricas. Duas startups, a Bird Rides e a Lime, já alcançaram valor de mercado de 1 bilhão de dólares pouco mais de um ano depois de serem criadas. Nas últimas semanas, receberam juntas mais de 400 milhões de dólares de valor de mercado, segundo o jornal The Wall Street Journal.

São as startpus que mais rapidamente chegaram à marca de 1 bilhão de dólares na história, confirmando o mercado de mobilidade urbana como o mais quente do Vale do Silício. Uber e Lyft já entraram com pedidos de permissão para operar scooters elétricas em São Francisco. De bicicleta, de carro ou de scooter, a bilionária disputa entre os aplicativos de transporte ainda vai longe.

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