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Turbinado por crédito no varejo, lucro de grandes bancos cresce 19%

Resultados das instituições foram impulsionados por maior apetite para emprestar para famílias e pequenas empresas e calote ainda sob controle

Bradesco: grandes bancos conseguiram entregar mais um trimestre de resultados crescentes (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bradesco: grandes bancos conseguiram entregar mais um trimestre de resultados crescentes (Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 16h02.

São Paulo — Com maior apetite para emprestar para famílias e pequenas empresas e o calote ainda sob controle, os grandes bancos conseguiram entregar mais um trimestre de resultados crescentes.

Pressionados por aumento de concorrência e o peso do legado das estruturas inchadas e caras, as linhas de receitas e despesas seguiram em xeque, com os bancos cortando gastos e ampliando seus portfólios para não ficarem para trás na briga com as fintechs, as startups do mercado financeiro.

Juntos, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil apresentaram lucro líquido de R$ 21,946 bilhões no terceiro trimestre, cifra 19% maior que no mesmo período do ano passado, de R$ 18,435 bilhões.

"Os bancos continuam entregando resultados robustos, estão bem posicionados e com níveis de capital regulatório adequado para acelerar crescimento de carteira de crédito no ciclo de retomada da economia a frente", avalia o diretor de renda variável da Eleven Financial, Carlos Daltozo.

A boa notícia do terceiro trimestre, segundo ele, foi a retomada do crescimento das carteiras de grandes empresas após um bom tempo de retração. No Itaú, a carteira de crédito corporativo teve a primeira expansão em mais de três anos, impulsionada por operações no mercado de capitais. "A demanda tende a continuar a crescer com maior ânimo das empresas para investir", avaliou o presidente do banco, Candido Bracher, em teleconferência com a imprensa durante a semana.

O motor para o crédito, contudo, tem sido as pessoas físicas e as pequenas e médias empresas. Apesar do maior apetite para emprestar, os calotes permaneceram sob controle. Variações foram registradas, mas ainda não despertaram preocupação no mercado. Apesar de os bancos privados terem sido enfáticos de que a piora é pontual, analistas chamam atenção para um holofote quanto à tendência do indicador ao longo de 2020.

Aumento da concorrência de fintechs

Do lado das receitas, o aumento da concorrência segue pesando. Os grandes bancos esperam compensar o ataque das fintechs com escala e fidelização dos clientes. Para isso, têm reforçado a abertura de contas e apostado em uma oferta diferenciada como, por exemplo, o Itaú, que abriu sua plataforma de pagamentos, a Iti, para o mercado em geral, e o Bradesco, que tem reforçado seu banco digital, o Next.

Também seguem no radar do mercado as despesas dos bancos. Em um esforço para controlar gastos e adequar suas estruturas, os pesos pesados do setor têm fechado agências e enxugado o quadro de pessoal.

Depois de fechar 50 agências, o Bradesco espera encerrar mais 400 até o ano que vem. O Itaú eliminou 200 e prevê repetir a dose até o fim do ano. O BB enxugou sua rede em mais de 460 agências neste ano, mas não espera seguir na mesma toada em 2020.

Em termos de contingente, juntos, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil cortaram ao menos 9.600 funcionários. O movimento de fechamento de agências e redução de quadro foi bem recebido por analistas, que esperam que a estrutura de despesas dos grandes bancos no próximo ano seja beneficiada após esses movimentos, com exceção do Santander, que sege na contramão, reforçando suas operações.

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