Negócios

Tufão Ragasa leva seguradoras chinesas a reforçar prevenção de riscos com tecnologia

A passagem destruidora do supertufão pela Ásia levou à criação de protocolos robustos e tecnológicos de segurança

Passagem de tufão pela Ásia gerou protocolos robustos de segurança (Hector RETAMAL/AFP)

Passagem de tufão pela Ásia gerou protocolos robustos de segurança (Hector RETAMAL/AFP)

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 16h56.

Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 17h17.

O supertufão Huajiasa, nomeado Ragasa internacionalmente, causou destruição em várias regiões da Ásia. Segundo o Centro Meteorológico Nacional da China, o tufão trouxe ventos fortes e chuvas intensas, exigindo ações preventivas de governos e empresas. Antes de sua chegada, companhias de seguros adotaram medidas de prevenção, utilizando big data, inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias para fortalecer sistemas de mitigação de desastres.

Especialistas do setor apontam que a aplicação de tecnologia aumenta a precisão das medidas preventivas, reduz custos de indenização e melhora a rentabilidade das seguradoras. Além disso, contribui para a transição do modelo tradicional de compensação pós-desastre para a gestão proativa de riscos.

Preparação antecipada dos desastres

Enquanto a população adota medidas individuais, seguradoras chinesas implementam ações mais complexas, incluindo alertas preventivos, inspeções de risco, organização de recursos de resgate e planos de resposta durante o evento.

A PICC Property & Casualty, uma das maiores seguradoras de não vida da China, ativou seu plano emergencial para grandes catástrofes. Filiais em Guangdong, Shenzhen e Hainan criaram dez grupos de trabalho liderados por executivos, mobilizaram 200 profissionais de sinistros, 650 especialistas externos e peritos avaliadores, mais de dez instituições de resgate, 77 drones, 340 veículos e 120 locais para preservação de veículos. Foram realizadas mais de 10 mil inspeções preventivas de clientes de seguros de automóveis, propriedades rurais e agrícolas.

A Ping An Insurance, uma das maiores seguradoras chinesas, coordenou suas subsidiárias, lançando planos de defesa e resposta emergencial. Até 23 de setembro, às 15h, a empresa enviou alertas preventivos com 72 horas de antecedência para mais de 20 milhões de clientes.

A CPIC Property Insurance, seguradora de grande porte com foco em seguros de propriedade e acidentes, mobilizou recursos de resgate especializados e estabeleceu um sistema de suprimentos em três níveis. Todos os recursos foram posicionados nas áreas estratégicas 24 horas antes da chegada do tufão. A empresa formou uma equipe integrada de prevenção e resposta, criando canais de redução de riscos que conectam suporte tecnológico, atendimento ao cliente e operações de campo.

Segundo Yang Fan, CEO da Beijing PaiPai Insurance, as seguradoras enviam alertas de risco a clientes e parceiros por canais digitais. Antes de tufões e chuvas fortes, guias de prevenção e recomendações personalizadas já se tornaram padrão no setor. Esse modelo combina prevenção, intervenção e indenização ágil, substituindo o tradicional enfoque exclusivo na compensação pós-desastre.

Intensificação do uso de tecnologia

O aumento de eventos climáticos extremos intensifica os riscos de desastres meteorológicos. Para enfrentá-los, seguradoras chinesas expandem a aplicação de tecnologia em sistemas de prevenção e mitigação.

A PICC desenvolveu a plataforma Wanxiang Cloud, atualizada digitalmente em 2025. Em parceria com a Administração Meteorológica da China, o sistema fortaleceu a resposta rápida a emergências e inovou nos serviços de inspeção de risco. A plataforma introduziu o serviço meteorológico “4P”, previsão, predição, alerta e prevenção, e firmou parceria com o Centro de Modificação Climática da China para desenvolver métodos de redução de riscos com chuva artificial e prevenção de granizo.

A Ping An implementou o mecanismo 5210, apoiado pelo sistema Eagle Eye, combinando ações online e offline:

● 5 dias antes: início do alerta de risco;
● 2 dias antes: verificação das medidas preventivas em filiais;
● 1 dia antes: execução de checklist de seis itens críticos;
● no dia do tufão: análise em tempo real e comando da resposta.

O Eagle Eye 3.0 oferece alertas de alagamento para automóveis, cruzando dados históricos de sinistros com inspeções e informações em tempo real. Offline, engenheiros visitam clientes de maior risco para suporte preventivo.

Perspectivas futuras

Yang Fan afirma que a tecnologia é o motor central da prevenção de riscos no setor de seguros. Big data, IA, IoT e sensoriamento remoto por satélite aumentam a precisão das previsões, reduzem custos e transformam seguradoras em gestores ativos de risco.

Ele projeta que os sistemas de prevenção evoluirão em três direções: maior inteligência, integração com cenários práticos e inserção no ecossistema nacional de governança e gestão de emergências.

Acompanhe tudo sobre:ChinaClimaMudanças climáticasSeguradoras

Mais de Negócios

Aço Gerdau está presente na maior rampa de skate do mundo, em Porto Alegre

Quatro empreendedores que provam que um negócio de sucesso pode nascer do fracasso

Starbucks anuncia fechamento de lojas e corte de 900 funcionários em plano de US$ 1 bilhão

Corrida global por inovação acelera investimentos em IA na América Latina