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'Tron' volta aos cinemas 28 anos após fracasso que virou cult

Primeira versão do filme custou US$ 17 milhões, e arrecadou apenas US$ 33 milhões

Festa de lançamento de "Tron - O Legado": estima-se que custos chegaram a US$ 200 mi (John Sciulli/Getty Images)

Festa de lançamento de "Tron - O Legado": estima-se que custos chegaram a US$ 200 mi (John Sciulli/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 09h21.

Los Angeles - Há 28 anos, "Tron", um dos primeiros filmes com efeitos de computação gráfica produzidos por Hollywood, se tornava um fracasso de bilheteria, mas ao mesmo tempo um cult, destinado a retornar agora, em 2010, como uma obra retrô-futurista, com Jeff Bridges em dois papéis e trilha sonora do duo francês de música eletrônica Daft Punk.

"É uma história complicada, porque estamos construindo sobre uma trama que foi feita em 1982, e estamos criando uma história intermediária 28 anos depois", explicou à AFP o diretor Joseph Kosinski, um arquiteto e engenheiro mecânico que se tornou um talentoso criador multimídia.

Os múltiplos prêmios que Kosinski recebeu como diretor dos comerciais dos jogos eletrônicos "Gears of War" e "Halo" convenceram a Disney de que este versátil profissional de 36 anos era o melhor nome para ressuscitar "Tron - O Legado", em uma história com tecnologia de ponta que chegará aos cinemas dos Estados Unidos e Brasil na próxima sexta-feira, 17 de dezembro.

A primeira versão custou 17 milhões de dólares e arrecadou, após várias semanas em cartaz, US$ 33 milhões, um valor baixo para as expectativas de Hollywood - então maravilhado com a arrecadação de "Guerra das Estrelas"-, com a trama de Steven Lisberger na qual um programador de video games, interpretado por Jeff Bridges, entrava no mundo dos programas de computador e vivia diversas aventuras.

"Este é um dos filmes que leva muito tempo para ser feito. Estamos falando de todos os progressos tecnológicos alcançados desde o primeiro filme", explica o diretor.

"O filme de Steve (Lisberger, agora produtor da continuação) levou nove meses na pós-produção. O nosso levou 18 meses de pós-produção. Mesmo com todos os avanços da tecnologia atual, levamos ainda mais tempo para concluir", disse Kosinski, que admitiu ter sido "duro" levar o longa-metragem adiante.


Como é frequente, os produtores evitam falar do orçamento, mas se presume que o custo da produção chegou a 200 milhões de dólares para mostrar Bridges - Oscar de Ator em 2010 - ainda preso nas redes virtuais.

O filho do personagem, interpretado por Garrett Hedlund, entra por curiosidade no mesmo mundo de programas cibernéticos e jogos de luta, com motos e movimentos estilizados, ao som da trilha sonora dos franceses do Daft Punk, que o cineasta afirma admirar há muito tempo.

"Foi um pouco surrealista sentar para tomar café da manhã com eles há três anos e meio e dizer: "Estou fazendo este filme, 'Tron', e penso que vocês seriam perfeitos. E foi assim que descobrimos que estávamos criativamente em sintonia", disse Kosinski, ao refletir sobre sua estreia cinematográfica em um hotel de Beverly Hills.

"Queríamos uma trilha sonora original clássica, que mesclasse música eletrônica e orquestral de uma maneira única", completou sobre as melodias da trama, que têm papel importante no andamento do roteiro.

O elenco inclui a bela Olivia Wilde, conhecida pelo papel de "Thirteen" na série de TV "House", e Bruce Boxleitner, que também participou no "Tron" original.

Bridges, que completou 61 anos há poucos dias, interpreta dois personagens, um deles bem mais jovem graças ao 'bisturi' dos computadores.

"No fundo meu personagem não mudou tanto, mas acredito que o entusiasmo dele pela tecnologia se perdeu um pouco por ter ficado preso dentro do computador", declarou o carismático vencedor do Oscar por "Coração Louco", em uma entrevista coletiva em Los Angeles.

"Há 27 anos, "Tron" foi um filme realmente de vanguarda. Claro que agora, ao olhar para trás, parece uma antiga série de televisão em preto e branco", completou.

Segundo Kosinski, o envolvimento no projeto demandou um grande interesse por design e criação.

"Fiquei feliz com a possibilidade de criar um mundo a partir do zero, no qual os veículos, figurino, arquitetura e todo o restante são sentidos como se encaixassem de verdade", concluiu o diretor, que também admitiu o nervosismo para saber se cumpriu as expectativas dos fãs.

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