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Triunfo fecha acordo com credores para recuperação extrajudicial

Medida deve dar fôlego para a Triunfo redefinir suas metas estratégicas e reduzir o porte do grupo após o não pagamento de dívida junto ao BNDES

Triunfo Participações (foto/Divulgação)

Triunfo Participações (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 22 de julho de 2017 às 11h03.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 17h48.

São Paulo - A Triunfo Participações e um grupo de cerca de 20 bancos acertaram os termos de uma reestruturação de dívidas de 2,1 bilhões de reais, o que dará ao grupo de infraestrutura tempo para finalizar projetos e reduzir seu porte gradualmente.

O processo vai ocorrer via recuperação extrajudicial, disse Andre Bucione, diretor geral da Alvarez & Marsal, que assessorou a Triunfo no acordo. A recuperação extrajudicial deve dar fôlego para a Triunfo redefinir suas metas estratégicas e reduzir o porte do grupo após o não pagamento de dívida junto ao BNDES deixar a empresa sem crédito.

"Os credores ficam sempre satisfeitos com o interesse da companhia em discutir como honrar suas dívidas, facilitando um acordo que será benéfico para todas as partes envolvidas", disse um executivo de um dos credores da Triunfo.

A Triunfo ampliou agressivamente a dívida no início da década para financiar expansão em concessões de rodovias, em eletricidade e aeroportos. Mas a recessão perdeu lucratividade. E cerca de 1 bilhão de reais em dívidas vencem no fim de 2018.

A Triunfo tinha cerca de 3,5 bilhões de reais em dívida até março.

Apesar do acordo para a recuperação extrajudicial não impor vendas de ativos da Triunfo, o processo deve acelerar a reformulação da companhia que cresceu muito rápido, disse o mesmo executivo. Cerca de 82 por cento dos credores da Triunfo aderiram ao plano de recuperação extrajudicial, disse Bucione.

O BNDES, também acionista da Triunfo, não participou do processo.

Sob o acordo, os credores terão duas opções: receber o total das dívidas em oito anos ou assumir um desconto na dívida e receber até 110 milhões de reais assim que a Triunfo validar a reestruturação, disse Bucione.

Os termos do acordo são similares aos publicados pela Reuters em 19 de junho, quando a Triunfo acertou a venda de 50 por cento no Terminal Portuário de Navegantes por cerca de 1,3 bilhão de reais.

Porta-vozes da Triunfo não comentaram o assunto de imediato.

(Com reportagem adicional de Bruno Federowski)

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