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Tributos 'detonam' empresas brasileiras no exterior, diz presidente da Vale

Murilo Ferreira afirma que a Vale não tem reservado o valor cobrado pela Receita Federal

Murilo Ferreira presidente da Vale (Divulgação/Vale)

Murilo Ferreira presidente da Vale (Divulgação/Vale)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 18h10.

São Paulo - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse à revista Época que a mineradora não reservou em seu balanço os recursos necessários para pagar os R$ 26,7 bilhões cobrados pela Receita Federal sobre lucros de suas subsidiárias no exterior. O valor, que inclui também juros e multas, chega muito perto do total dos R$ 30,1 bilhões que a empresa lucrou em 2010.

Segundo a entrevista, a Vale mudou, em seu balanço, a perspectiva de pagamento da multa de  “remoto” para “possível”. Ferreira alega que só fará o provisionamento do dinheiro quando a perspectiva for “provável”. “Você precisa ter um grau de certeza muito forte para fazer a provisão. E nós não concordamos que somos devedores dessa quantia”, afirmou.

Ferreira afirmou também que a tributação que o Brasil impõe a quem investe no exterior “detona” as possibilidades de as empresas brasileiras crescerem no exterior e de se tornarem fortes globalmente.

O presidente da mineradora cita o exemplo de Moçambique. “Fizemos um investimento vultoso lá, de R$ 1,8 bilhão. Se tiver de reconhecer isso aqui, depois de ter recolhido em [impostos] em Moçambique, qual vai ser nossa motivação para estar em um lugar daqueles? Esse conceito de tributação detona, acaba com a possibilidade de as empresas investirem no exterior.”

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