Negócios

Itaú é condenado por orientar caixa a esconder dinheiro

Itau: funcionários eram orientados a esconder valores arrecadados ao longo do dia para para evitar a apreensão do dinheiro


	Itau: funcionários eram orientados a esconder valores arrecadados ao longo do dia para para evitar a apreensão do dinheiro
 (Luísa Melo/Exame.com)

Itau: funcionários eram orientados a esconder valores arrecadados ao longo do dia para para evitar a apreensão do dinheiro (Luísa Melo/Exame.com)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 10h33.

São Paulo - O Itaú Unibanco foi condenado a uma de indenização de R$ 48 mil por orientar um caixa a esconder o dinheiro disponível na agência.

A decisão é do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo a Justiça, a instituição tentava evitar a penhora de R$ 14 milhões determinada pela 5ª Vara Cível de Vitória (ES).

As informações foram divulgadas pelo TST. O autor do processo trabalhou no banco como caixa de dezembro de 2008 a janeiro de 2014.

No final de 2010, após condenação imposta pela 5ª Vara Cível de Vitória (ES) em ação judicial movida contra o banco, foi expedido mandado de busca e apreensão no valor de R$ 14 milhões, que deveria ser cumprido nas agências da Grande Vitória (ES).

De acordo com o processo, o caixa afirmou que os dirigentes do banco determinaram aos empregados que escondessem os valores arrecadados ao longo do dia "em gavetas, arquivos, sob objetos, embaixo de carpetes e em suas vestimentas pessoais" para evitar a apreensão do dinheiro.

As orientações eram passadas, inclusive, através de e-mails (anexados ao processo) onde faziam constar "risco iminente de um caixa pagar diferença".

"Como resultado, os empregados eram obrigados a mentir aos oficiais de Justiça e afirmar que não havia nada além dos valores que se encontravam no cofre", aponta nota do TST.

A decisão da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve o valor da indenização de R$ 48 mil, determinada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (ES). A Turma não acolheu agravo de instrumento do ex-empregado, que tinha como objetivo aumentar o montante da indenização.

A Justiça entendeu que o TRT 17 considerou, ao arbitrar o valor, a gravidade da conduta do banco, e observou os critérios da proporcionalidade e da razoabilidade.

O TRT confirmou a condenação de primeiro grau destacando que as provas do processo demonstraram que os empregados "foram instruídos a obstaculizar a atuação dos oficiais de justiça, através de manobras espúrias, escondendo o dinheiro da agência em locais inusitados, como na mochila do ex-empregado e na mala do carro da testemunha".

Para confirmar a sentença de primeiro grau, o Tribunal Regional destacou ainda a existência de outros processos onde o banco foi condenado pela mesma situação.

Para o TRT, o abalo psíquico estaria configurado pelo fato de o ex-empregado "ter sido compelido a se conduzir de forma antiética e ilegal", destacando ainda "os sentimentos de angústia e medo" que o caixa sofreu "por estar obstruindo o cumprimento de ordem judicial, assim como de estar correndo o risco de ser descoberto pelos servidores da Justiça".

O ex-funcionário interpôs agravo de instrumento para fazer o TST analisar o valor da indenização, considerada desproporcional por ele frente a outras condenações do banco no mesmo sentido, que teriam chegado a R$ 100 mil.

No entanto, o desembargador convocado Marcelo Lamego Pertence, relator na Primeira Turma, ressaltou que o TRT decidiu dentro dos critérios de proporcionalidade.

Ele destacou que a revisão do valor da condenação exigiria rever os critérios subjetivos que levaram o Tribunal Regional à conclusão, "à luz das circunstâncias de fato reveladas nos autos".

Defesa

Consultado pela reportagem, o banco Itaú Unibanco afirmou que não vai se manifestar sobre o caso.

Acompanhe tudo sobre:BancosEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEspírito SantoItaúItaúsa

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem