José Renato Hopf: empreendedor por trás do primeiro unicórnio brasileiro traz ao Brasil um dos principais eventos de inovação do mundo (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 25 de março de 2023 às 09h00.
Com uma carreira de longa data no mercado financeiro, o gaúcho José Renato Hopf decidiu empreender ao entender que certas ineficiências do setor de pagamentos poderiam ser uma baita oportunidade de negócio. Um desses embaraços estava relacionado ao duopólio da adquirência: comerciantes poderiam recorrer a apenas duas empresas para cada bandeira de cartão.
Ele então criou a GetNet, uma empresa capaz de ampliar o leque de opções à disposição das empresas de cartão que buscavam expandir sem muitas dificuldades e que, à época, estavam reféns das únicas duas companhias detentoras de tecnologia de pagamentos eletrônicos. De outro lado, a proposta da GetNet era também desobrigar varejistas a terem pelo menos duas maquininhas para cobrança, já que se propunha a aceitar múltiplas bandeiras em um único aparelho.
Em 2014, a GetNet foi vendida ao Santander por um R$ 1,1 bilhão, o que a tornou o primeiro unicórnio brasileiro.
Empreendedor serial, Hopf não parou por aí. Um ano depois de repassar o controle da GetNet ao banco espanhol, ele decidiu abrir um novo negócio. Atualmente, ele está à frente da 4all, venture builder dedicada à criação de novos negócios digitais.
Hopf também é um dos responsáveis por trazer ao Brasil o festival de empreendedorismo e inovação europeu South Summit. Em sua segunda edição por aqui, o evento acontece na próxima semana em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e espera receber cerca de 20.000 pessoas ao longo dos três dias de programação.
O propósito do evento é colocar o Brasil no mapa da inovação, com um evento de escala global capaz de reunir investidores, empreendedores e representantes do poder público e empresas engajadas nas discussões sobre o futuro. Em 2022, o evento reuniu 20.000 pessoas, 3.000 startups e 500 fundos de venture capital, sendo mais de 100 internacionais.
Hopf detalhou sua jornada empreendedora e falou sobre os desafios à frente de cada empreendimento e também sobre as ambições com o South Summit ao Como Cheguei Aqui, videocast de carreira e empreendedorismo da EXAME. Abaixo, três lições fundamentais do empresário a empreendedores no início de jornada.
Segundo Hopf, não faltam boas ideias no mercado, mas grande parte das falhas em empresas iniciantes está relacionada à execução. “Não adianta ter um bom plano se ele não vier acompanhado de uma excelente execução”, defende. “Tudo deve ser bem pensado e executado. O sonho deve ser factível”.
Para Hopf, mais importante do que uma ideia excelente é ser capaz de encontrar profissionais e parceiros com as habilidades necessárias para tirá-la do papel. “É impossível criar um grande negócio sozinho”, diz. “É preciso ter times que dê para contar e que tope jogar junto”.
É preciso saber onde se quer chegar, mas também quais são os valores que embasam o negócio desde o princípio. Segundo o empreendedor, é este conjunto de valores e fundamentos culturais que irá sustentar a empresa em períodos de turbulência. “É preciso estabelecer um alinhamento muito forte de cultura e valores, pois a base para que tudo dê certo é fazer com que os investidores e os empreendedores acreditem em algo que reflete suas crenças e merece apoio”, diz.