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Transpetro cancela 17 navios de programa de expansão da frota

O programa, que previa a construção de 46 navios, foi um dos principais programas do governo Lula para a recuperação da indústria naval

Transpetro: segundo o presidente, a Transpetro só transporta 38% do volume marítimo que a Petrobras contrata de cabotagem (Germano Lüders/EXAME)

Transpetro: segundo o presidente, a Transpetro só transporta 38% do volume marítimo que a Petrobras contrata de cabotagem (Germano Lüders/EXAME)

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Reuters

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 22h03.

Rio de Janeiro - A Transpetro, subsidiária da Petrobras, cancelou a construção de 17 navios no âmbito do seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), em meio aos cortes bilionários de investimentos de sua controladora, afirmou nesta quinta-feira o presidente da Transpetro, Antonio Silvino.

O programa, que previa a construção de 46 navios, foi um dos principais programas do governo Lula para a recuperação da indústria naval e geração de emprego e renda no país.

"Estavam contratados, mas nós decidimos rescindir os contratos", afirmou Silvino a jornalistas, após apresentar uma palestra no congresso Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.

Silvino destacou que outros três navios também poderão ser cancelados, uma vez que estão em construção no estaleiro Eisa Petro 1, que passa por dificuldades financeiras.

Ao todo são 46 navios no Promef: 17 foram entregues, 17 que ainda não tinham obras iniciadas foram cancelados, 3 podem ser cancelados (no estaleiro Petro Eisa 1) e 9 estão em construção em outros estaleiros.

Entretanto, o executivo frisou que ainda busca aumentar o fornecimento de serviços para a Petrobras, o que pode acontecer por meio de afretamento de navios.

Segundo o presidente, a Transpetro só transporta 38 por cento do volume marítimo que a Petrobras contrata de cabotagem.

"O fato de cancelar 17 navios não quer dizer que não vai ter mais navio, estamos agora avaliando contratar mais navios... de cabotagem para afretar para a Petrobras", afirmou.

Momento de transição

Também em virtude do corte de investimentos da Petrobras, a Transpetro vai buscar se tornar mais competitiva para atrair novos clientes no mercado além de sua controladora, segundo o presidente.

"Diante das perspectivas que nós vemos da Petrobras diminuindo investimentos... a Transpetro vem se posicionando para ser uma empresa cada vez mais enxuta em termos de competitividade para quando chegarem novos agentes, para cobrir esses investimentos que a Petrobras não vai fazer... que a gente possa estar pronta para atender, para competir", afirmou Silvino.

A subsidiária da Petrobras está negociando um contrato de operação e manutenção com um consórcio liderado pela canadense Brookfield, que adquiriu da Petrobras 90 por cento da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS) da petroleira, afirmou o executivo.

Silvino evitou comentar quais os planos da Petrobras para a Transpetro em meio ao plano de venda de ativos bilionário da empresa.

Contudo, disse que se a visão da Petrobras é se manter como uma empresa integrada de óleo e gás, da qual a Transpetro faz parte.

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