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Transferência de Joesley para SP é por segurança, diz advogado

A defesa do empresário, no entanto, enfatizou que a decisão de transferência não foi solicitada por eles, mas sim pela própria PF

Joesley Batista deixa Polícia Federal, em Brasília. 11 de setembro de 2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joesley Batista deixa Polícia Federal, em Brasília. 11 de setembro de 2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 14h27.

São Paulo - A decisão de transferir Joesley Batista, um dos donos da J&F, para São Paulo na manhã desta sexta-feira, 15, foi tomada pela Polícia Federal por questões de segurança, segundo a defesa do empresário.

Ricardo Saud, executivo do grupo também preso desde domingo, deve ser levado da carceragem da PF em Brasília para o complexo penitenciário da Papuda ainda nesta sexta.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que não solicitou as transferências, apenas foi avisado e acatou.

"Temos uma preocupação muito grande com a segurança deles, mas quero ressaltar que a defesa não requereu absolutamente nada. Essa foi uma decisão da Polícia Federal que nós simplesmente acatamos. Eu confio na Polícia Federal, que tem competência e expertise para saber qual o melhor lugar para eles, até porque a responsabilidade sobre isso é da Polícia Federal", disse.

Kakay afirmou que foi avisado na noite de quinta-feira, 14, sobre as transferências. "Liguei para o diretor da superintendência da Polícia Federal para dizer que gostaria de visitar os dois (Joesley Batista e Ricardo Saud), até para poder dar a notícia da prisão preventiva, e ele me falou que o Joesley iria para São Paulo por uma questão de segurança e também por segurança o Saud seria levado para a Papuda, para uma ala específica que parece ter mais segurança."

A determinação de transferir Joesley para São Paulo, de acordo com Kakay, tem a ver com o fato de ele ter uma prisão preventiva decretada em São Paulo (relativa à Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso indevido de informações privilegiadas pelos irmãos Batista em transações no mercado financeiro).

Já Saud continuaria em Brasília porque só tem uma prisão decretada e pelo Supremo Tribunal Federal. "A lei que trata das delações, e eles ainda são delatores porque o ministro Edson Fachin não homologou o pedido de rescisão, mas deu dez dias para a defesa se manifestar, demonstra claramente que eles têm de receber cuidados especiais. Foram delatadas mais de 1,7 mil pessoas. Ainda dentro desses cuidados especiais nós temos uma série de preocupações. O Ricardo Saud, por exemplo, vai para essa ala específica da Papuda, mas nessa ala estão seis pessoas que ele delatou e uma delas teria, num dado momento, o jurado de morte. Então, a nossa preocupação com a segurança deles é real."

Ainda não foi informado oficialmente, no entanto, se a transferência de Joesley para a capital paulista é definitiva ou apenas para que o empresário possa depor na Operação Tendão de Aquiles, que tornou também seu irmão, Wesley Batista, prisioneiro desde quarta-feira, 13. Joesley é alvo de dois mandados de prisão preventiva.

No domingo, 11, o empresário e Saud foram presos temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, por suspeita de violação de sua delação premiada. Na quinta-feira, 14, o ministro decretou a preventiva dos executivos.

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