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Trabalhadores da Petrobras estão dispostos a descartar greve

A Petrobras está interessada em evitar uma greve prolongada para garantir fornecimento do combustível

Na segunda-feira a Petrobras disse ter feito várias propostas sobre questões relacionadas à saúde e planos de aposentadoria (Germano Lüders/EXAME.com)

Na segunda-feira a Petrobras disse ter feito várias propostas sobre questões relacionadas à saúde e planos de aposentadoria (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 16h29.

Rio de Janeiro - O principal órgão de petroleiros do Brasil está disposto a suspender uma greve planejada, se estatal Petrobras oferecer melhores salários e condições de trabalho, disse um líder sindical nesta terça-feira, acrescentando porém, esperar que a paralisação comece em 16 de novembro.

A Petrobras está interessada em evitar uma greve prolongada para garantir que possa fornecer combustível para o crescimento da economia do país e garantir o fluxo de caixa para seu ambicioso programa de investimentos de 225 bilhões de dólares, focado em campos de águas profundas.

"Nosso objetivo é sempre buscar melhores condições de trabalho, a greve não é um fim em si mesmo", disse João Antonio de Moraes, coordenador do sindicato de trabalhadores FUP.

"Se a empresa fizer uma proposta que avance sobre estas questões, especialmente em saúde e segurança, estamos dispostos a reconsiderar." Ele disse que a FUP deu à Petrobras até o dia 10 de novembro para melhorar sua oferta. A direção do sindicato vai se reunir novamente no dia 11 de novembro, disse ele.

Na segunda-feira a Petrobras disse ter feito várias propostas sobre questões relacionadas à saúde e planos de aposentadoria e segurança do trabalhador. Funcionários da companhia não estavam imediatamente disponíveis para responder pedidos de comentário adicional.


De Moraes disse esperar que a greve reduza a produção de petróleo da Petrobras, mas acrescentou que é muito cedo para dizer por quanto. Trabalhadores planejavam se reunir com autoridades estaduais para garantir que a greve pressionasse a Petrobras sem comprometer o fornecimento de combustível para os cidadãos brasileiros.

De Moraes disse que os sindicatos estão buscando uma maior participação do trabalhador na investigação de acidentes, que segundo ele é mais extenso em empresas como a Statoil da Noruega do que na Petrobras.

"Nossa referência é a Statoil, que tem menos acidentes fatais do que qualquer outra companhia de petróleo (maior)", disse ele.

Moraes apontou vários incidentes recentes que mostram a necessidade de maior vigilância, incluindo um em que monóxido de carbono vazou para o sistema de ar condicionado de uma plataforma. As autoridades intervieram nas operações de 10 plataformas, devido a uma série de problemas, disse De Moraes.

Trabalhadores também estão buscando um aumento salarial de 10 por cento acima da inflação. A Petrobras disse nesta segunda-feira que ofereceu um aumento de 9 por cento e um bônus de 90 por cento de um salário mensal.

A considerável redução na produção pode forçar a Petrobras a aumentar as importações, o que colocaria pressão sobre os preços do petróleo mundial se os volumes forem significativos. As cotações subiram nas últimas semanas com esperanças de uma resolução da crise da dívida europeia.

A FUP disse na segunda-feira que planejava começar a greve a partir de 16 de novembro.

Acidentes em plataformas offshore de petróleo da Petrobras e consequências do vazamento massivo de petróleo da BP no Golfo do México levaram os trabalhadores do Brasil para a etapa de demandas por melhores condições de segurança em plataformas marítimas.

A empresa insiste que suas operações são seguras.

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