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Trabalhadores de fábrica da Embraer podem entrar em greve na segunda

Segundo o sindicato, funcionários aprovaram estado de greve e podem cruzar os braços caso não haja avanço em negociações salariais

Embraer: funcionários de fábrica em São Paulo protestam contra venda à Boeing (Roosevelt Cassio/Reuters)

Embraer: funcionários de fábrica em São Paulo protestam contra venda à Boeing (Roosevelt Cassio/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 12h06.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 16h47.

São Paulo — Trabalhadores da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP) aprovaram nesta quarta-feira, 18, decretação de estado de greve e podem cruzar os braços a partir da segunda-feira, 23, caso não haja avanço em negociações salariais, informou o sindicato local.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à Conlutas, o reajuste reivindicado pelos trabalhadores corresponde à inflação do período (setembro de 2018 a agosto de 2019) mais 3% de aumento real, além de renovação da convenção coletiva na íntegra. Já a Fiesp propôs zero de aumento real, aplicando apenas a inflação (3,28%), e redução de direitos, segundo o sindicato.

"Há quatro anos, a Embraer não aplica aumento real aos salários", afirmou o sindicato.

O sindicato informou ainda que "dois pontos previstos na convenção coletiva estão na mira dos empresários do setor aeronáutico: a estabilidade no emprego para lesionados e a proibição da terceirização irrestrita nas fábricas". A entidade estima que existam cerca de 1.000 trabalhadores lesionados nas unidades da Embraer em São José dos Campos. "Os casos mais comuns são lesões no ombro e coluna e depressão", afirmou o sindicato.

"Não vamos abrir mão desses direitos. A terceirização já é uma prática adotada pela Boeing em suas plantas, mas não permitiremos que seja aplicada nas metalúrgicas da nossa região", disse o diretor do sindicato André Luiz Gonçalves, em comunicado à imprensa.

A norte-americana Boeing conseguiu mais cedo neste ano concluir negociações para compra do controle da principal unidade de negócios da fabricante brasileira, a que produz jatos comerciais, em uma transação que contou com aval do governo do presidente Jair Bolsonaro.

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