Negócios

Toyota para fábrica na 6a; sindicato quer evitar cortes na Honda

Toyota e Honda foram afetadas pela crise gerada pelos terremotos e tsunami que devastaram o nordeste do Japão em março

A montadora também vai cortar pela metade a produção a partir de junho, de 600 para 300 veículos por dia (Getty Images)

A montadora também vai cortar pela metade a produção a partir de junho, de 600 para 300 veículos por dia (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 17h37.

São Paulo - A montadora Toyota vai parar sua fábrica no interior de São Paulo por mais 1 dia na sexta-feira para enfrentar a falta de componentes decorrente da crise na cadeia de autopeças do Japão.

Enquanto isso, o sindicato que representa os trabalhadores da também japonesa Honda no interior de São Paulo tenta reverter demissões no Brasil que se desdobraram com a crise.

Toyota e Honda foram afetadas pela crise gerada pelos terremotos e tsunami que devastaram o nordeste do Japão em março. As montadoras, que no Brasil importam parte das peças usadas em seus veículos, estão enfrentando escassez de componentes como transmissões e injeção eletrônica enquanto a indústria japonesa tenta se recuperar do desastre.

A Honda anunciou na quarta-feira que vai demitir 400 funcionários de sua fábrica em Sumaré (SP). Os cortes equivalem a 12 por cento da força de trabalho da unidade. A montadora também vai cortar pela metade a produção a partir de junho, de 600 para 300 veículos por dia, passando a operar apenas com dois turnos, em vez de três.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região afirmou que vai ingressar nesta quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho com pedido de liminar contra as demissões na Honda e recorrerá também ao Ministério Público do Trabalho.

"Estamos recorrendo à Justiça em função das propostas alternativas que temos para evitar as demissões", afirmou o presidente do sindicato, Jair dos Santos, à Reuters. Segundo ele, a montadora está enviando telegramas para os funcionários para comunicar as demissões.

O sindicato havia informado dia 12 que a Honda poderia demitir cerca de 1.200 trabalhadores como consequência da falta de peças e propôs à montadora redução na jornada de trabalho e férias coletivas.

Na Toyota, que fabrica apenas o sedã Corolla, o plano de redução de ritmo das atividades segue mantido, informou a assessoria de imprensa.

A montadora parou sua fábrica em Indaiatuba (SP) em 25 de abril e no dia 6 deste mês e vai paralisar atividades na sexta-feira. A empresa usa no modelo motor, transmissão e alguns componentes eletrônicos fabricados no Japão, informou a assessoria de imprensa.


Procurada, a associação que representa os fabricantes de autopeças do Brasil, Sindipeças, informou apenas que os problemas no fornecimento "são pontuais" e incluem alguns fabricantes japoneses de componentes.

No Japão, o jornal de negócios Nikkei publicou nesta quinta-feira que a Toyota planeja aumentar o número de dias de trabalho de suas fábricas para compensar a queda na produção causada pelos terremotos de março. Segundo o diário, a empresa planeja adicionar dois dias de produção ao seu esquema mensal de operação. Com isso, o ano de produção da montadora terá 10 a 15 dias adicionais, o que poderá elevar o total de veículos fabricados em 150 mil unidades.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasPolítica no BrasilEmpresas japonesasProtestosgestao-de-negociosAutoindústriaMontadorasHondaDemissõesDesempregoIndústria

Mais de Negócios

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente

O paulista e o catarinense que vão faturar R$ 250 milhões com churrasco 'tipicamente' gaúcho

Esta startup mirava construir a 1ª estação espacial do mundo, mas agora luta para pagar as contas