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Totvs adquire financeira Supplier por R$ 455 milhões

Essa é a primeira aquisição desde que a companhia fez uma oferta subsequente de ações em maio, quando captou mais de 1 bilhão de reais

Eduardo Wagner e Mauro Wulkan, da Supplier: projeção de receita líquida de 220 milhões de reais e uma originação de crédito de 6,5 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

Eduardo Wagner e Mauro Wulkan, da Supplier: projeção de receita líquida de 220 milhões de reais e uma originação de crédito de 6,5 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 22h24.

São Paulo - A empresa de desenvolvimento de software de gestão Totvs anunciou na noite desta segunda-feira (28) a aquisição do controle da Supplier, financeira focada em crédito para companhias, por 455,2 milhões de reais. Esta é a primeira operação desde que a Totvs captou mais de 1 bilhão de reais com a oferta subsequente de ações (follow on, no termo em inglês), em maio.

"Desde o início do ano, construímos uma estrutura de techfin, que começou a operar em pagamentos através da parceria com a Rede. A partir dessa aquisição, passaremos também a oferecer crédito B2B (para empresas), com foco nas pequenas e medias, em especial nas relações entre clientes e fornecedores", explica Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs, em nota.

Herszkowicz assumiu o posto no lugar do fundador da companhia, Laércio Cosentino, que passou a ocupar a principal cadeira do conselho de administração no fim do ano passado. A sua missão é abrir novos mercados para a Totvs, como o de softwares de apoio a fintechs. Com a compra da Supplier, sobe para 33 o número de companhias incorporadas à Totvs ao longo de sua história de 36 anos. Entre elas, está a Datasul, em 2008, por cerca de 700 milhões de reais.

“Vamos continuar a ser uma empresa de tecnologia, de software. Não iremos tratar de risco de crédito no nosso balanço”, disse Herszkowicz, em entrevista recente a Bloomberg. Para evitar esse risco e ganhar com a operação, a saída foi comprar a Supplier, que até então tinha por trás investidores como o banco Ourinvest, o fundo de private equity Pátria e o International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial para o setor privado.

A companhia fundada por Mauro Wulkan e Eduardo Wagner - que permanecerão como gestores e acionistas, com 11,2% do capital - concede crédito para pequenas e médias companhias por meio da parceria com 87 grandes indústrias, tais como Votorantim Cimentos, a Suzano ou a Intelbras.

Para 2019, a Supplier projeta uma receita líquida de 220 milhões de reais e uma originação de crédito de 6,5 bilhões de reais. A estratégia, segundo entrevista concedida a EXAME em abril, vai ser apresentar a marca para o mercado. A ideia é começar pelos 680 000 clientes que não sabem que são clientes da Supplier - acham que são tomadores de crédito das grandes indústrias.

Fato é que com a venda da Supplier, o banco Ourinvest se desfaz de mais um ativo em menos de três meses. Em julho, a instituição vendeu 80% do seu braço de investimento, a Ourinvest Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (DTVM), para o BTG Pactual digital. Segundo o acordo, as empresas vão continuar existindo separadamente. O valor da operação não foi divulgado.

Segundo Ralph Bigio, responsável pelas operações da Ourinvest DTVM, o objetivo é aumentar o número de serviços oferecidos a seus clientes, aproveitando-se da plataforma do BTG. “Ela nos dará os produtos que os clientes esperam e que os nossos officers precisam para continuarmos crescendo com qualidade”, afirmou o executivo em nota, na época.

 

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