Ao abrir as portas para a imprensa nesta segunda-feira, o Salão do Automóvel de Detroit mostrará o porquê ainda é — apesar da crise profunda que atinge a cidade — o mais prestigiado evento da indústria automotiva do mundo.

São esperados os lançamentos de 40 modelos. Os americanos, fãs de grandes SUVs, poderão conferir as novas versões do GMC Terrain e do Chevrolet Traverse. A Nissan levará o Rogue, enquanto a Volkswagen deve apresentar uma versão turbinada do Tiguan. Com exceção deste último, nenhum dos outros modelos é vendido no Brasil. O ano de 2016 foi de recorde de venda de veículos nos Estados Unidos, com 17,5 milhão de unidades. A comercialização de SUVS subiu 3%, respondendo por 63% do mercado total de automóveis no país.

Para competir com as feiras de tecnologia — como a CES, terminada no final de semana — que cada vez mais apresentam carros conectados e elétricos, o salão terá uma área dedicada à inovação. Cerca de 100 startups exibirão suas soluções de mobilidade e de software. Nessa área, o mercado aguarda ansiosamente a apresentação de uma minivan autônoma fruto da parceria entre o Google e a Fiat Chrysler.

Nos bastidores, as conversas devem ser sobre a defesa que o presidente eleito Donald Trump tem feito da indústria americana — e da ameaça de taxar em 35% os carros fabricados no exterior. Após críticas na campanha e tuítes de Trump, a montadora de automóveis Ford desistiu de uma fábrica de 1,6 bilhão de dólares no México. Em seu lugar, a companhia fará um investimento de 700 milhões em uma unidade de veículos elétricos no estado americano do Michigan. Trump também criticou a Chevrolet e a Toyota por decidirem produzir alguns de seus modelos no México.

Para quem não gosta de carros mas tem filhos vale ficar de olho em Detroit por outra razão: será exibido em primeira mão o trailer da animação Carros 3, com estreia prevista para junho deste ano.