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Tivit faz primeira aquisição no exterior e compra Synapsis

A empresa, que faturou R$ 1,7 bilhão no ano passado, comprou a totalidade das ações da Synapsis, sediada no Chile, por até R$ 450 milhões


	Sede da Tivit: negócio leva a marca a seis novos mercados da América Latina
 (Marcelo Almeida/Site Exame)

Sede da Tivit: negócio leva a marca a seis novos mercados da América Latina (Marcelo Almeida/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 09h03.

São Paulo - A empresa de serviços em tecnologia de informação Tivit anunciará nesta quinta-feira, 07, o maior passo em direção a uma atuação internacional.

A empresa, que faturou R$ 1,7 bilhão no ano passado, comprou a totalidade das ações da Synapsis, sediada no Chile, por até R$ 450 milhões.

O negócio vai levar a marca Tivit a seis novos mercados da América Latina: além do Chile, a Synapsis tem clientes na Argentina, na Colômbia, no Peru, no Equador e no Panamá.

Segundo o presidente e cofundador da Tivit, Luiz Mattar, o negócio não serve apenas à expansão internacional. A compra da Synapsis também ajuda a operação brasileira.

Isso porque a maioria dos 3 mil clientes da Tivit está concentrada na região Sudeste, enquanto a atuação da Synapsis no Brasil está concentrada no Nordeste. A empresa tem um centro de armazenamento de dados em Fortaleza, que agora passará para a Tivit.

Com a conclusão de sua primeira aquisição internacional, a Tivit deverá fechar este ano com faturamento de R$ 2,3 bilhões - a previsão inclui tanto a incorporação das receitas da Synapsis em toda a América Latina quanto o crescimento orgânico médio da brasileira, que deve ficar próximo de 14%.

Juntas, as empresas terão 26,5 mil funcionários. Além de atuar no setor de TI no País, a Tivit também tem presença na administração de call centers.

Preço e resultado

O valor da aquisição ainda não foi 100% fechado, segundo a Tivit, porque dependerá dos resultados da Synapsis em 2014. A empresa prevê que o valor da compra fique entre R$ 330 milhões e R$ 450 milhões.

O "namoro" entre a Tivit e a Synapsis começou há quatro anos, mas só ficou sério a partir de 2013.

Mattar diz que a aquisição foi definida porque as empresas compartilhavam uma quantidade muito pequena de clientes - o que resultará em ganhos maiores na incorporação.

As operações da Synapsis no Brasil passarão a usar a marca Tivit imediatamente. Nos demais países, o executivo prevê um período de transição em que o nome Tivit/Synapsis será adotado.

O presidente da Synapsis, Leonardo Covalschi, será mantido no comando das operações latino-americanas da companhia, a partir do Chile, mercado que concentra cerca de 70% das operações da empresa. Os 1,5 mil funcionários da companhia serão avisados oficialmente sobre a venda hoje.

Antes de fechar com a Tivit, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que a Synapsis chegou a negociar com outras empresas de serviços de tecnologia, incluindo a brasileira Stefanini.

Busca global

A Stefanini foi a primeira empresa do ramo de serviços em tecnologia a buscar uma atuação global. Segundo a Fundação Dom Cabral (FDC), a empresa de serviços é a terceira companhia brasileira mais internacionalizada, atrás somente da Gerdau e da JBS.

A Stefanini está presente em 33 países e contabilizou faturamento de R$ 2,1 bilhões no ano passado. A empresa tem hoje 18 mil funcionários. O "salto" global da companhia se deu a partir de 2010, com a aquisição da americana TechTeam, por US$ 93 milhões.

Uma das dificuldades do setor de serviços de tecnologia é que as empresas precisam brigar tanto com gigantes globais - como a IBM - quanto com uma grande quantidade de pequenos negócios. "No setor de serviços, a barreira de entrada é baixa. Sempre há empresas entrando e saindo do mercado", explicou Marco Stefanini, fundador e presidente da Stefanini.

Uma das formas das companhias de tecnologia da informação mostrarem seu valor ao mercado é justamente pela internacionalização. A empresa Totvs, que atua principalmente com softwares de gestão, segmento em que precisa concorrer com gigantes como Microsoft e Oracle, também busca abrir caminho fora do território brasileiro.

Hoje, a empresa está presente em mais de 30 países, mas a contribuição dos negócios originados no exterior ainda é muito pequena para a Totvs - apenas 2% da receita de R$ 1,6 bilhão, no ano passado, teve origem no exterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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