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Titãs Chanel, Nike e H&M assinam pacto para conter dano ambiental

As signatárias do pacto operam quase 150 marcas e respondem por mais de 30% da produção da indústria da moda em termos de volume

Loja da Nike na China: com marca consolidada em todas as partes do mundo, empresa quer melhorar eficiência na relação com o consumidor (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

Loja da Nike na China: com marca consolidada em todas as partes do mundo, empresa quer melhorar eficiência na relação com o consumidor (SOPA Images / Contributor/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 08h00.

Última atualização em 24 de agosto de 2019 às 08h00.

Gigantes da moda como Nike, H&M, Armani e Chanel aderiram a um acordo para limitar o impacto ambiental dessa indústria.

O pacto, encabeçado por um ministério da França e pela Kering (dona da marca Gucci), é um dos muitos acordos com o setor privado que serão apresentados em meio à cúpula do G7 neste fim de semana em Biarritz, da qual o presidente Emmanuel Macron é anfitrião.

As signatárias do pacto operam quase 150 marcas e respondem por mais de 30% da produção da indústria da moda em termos de volume, conforme comunicado por autoridades francesas em uma entrevista coletiva à imprensa. As marcas concordaram com metas como a eliminação de embalagens plásticas descartáveis até o final da próxima década e pretendem tornar sua pegada de carbono neutra até 2050.

As companhias de vestuário vêm tentando nos últimos anos demonstrar a consumidores e órgãos reguladores disposição para reparar o dano que causam ao meio ambiente, mas essas medidas não são páreo para o rápido crescimento da indústria. Além de contaminar a água com tintas têxteis, cromo para curtimento de couro e pesticidas para plantações de algodão, a indústria é responsável por cerca de 8% das emissões de carbono no mundo, concluiu um relatório publicado pela Quantis em 2018.

As fabricantes da moda têm atuado separadamente para melhorar as práticas, mas “adotar uma abordagem unificada levará a uma mudança profunda”, disse Marie-Claire Daveu, diretora de sustentabilidade da Kering.

Problema para os negócios

As empresas de moda têm incentivos para combater a mudança climática e proteger o meio ambiente que vão além de apenas agir corretamente, segundo a executiva.

“A moda deve tudo à natureza”, disse ela. “Se não conseguirmos matéria-prima de boa qualidade como algodão e cashmere, além da ética há um problema real para o negócio.”

Entre as metas do acordo também estão a transição para 100% de energia renovável até 2030, com incentivos para fornecedores fazerem o mesmo, e não contribuir para o desmatamento.

Participaram também as varejistas Carrefour, Inditex, proprietária da Zara, a PVH, proprietária da Calvin Klein, e nomes de luxo como Grupo Burberry, Prada e Hermes International.

A LVMH, empresa mais valiosa da França e dona de marcas como Louis Vuitton e Christian Dior, se recusou a participar.

Arregimentar uma massa crítica para aderir ao pacto obrigou os organizadores a ceder nos cronogramas, revelou Daveu. Um prazo mais curto para eliminação de plásticos, por exemplo, teria afastado algumas companhias.

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