30 St Mary Axe, em Londres: um dos edifícios mais famosos projetados por Norman Foster (Wikipedia)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2013 às 08h53.
Rio de Janeiro - O Brasil terá seu primeiro prédio desenhado pelo premiado arquiteto inglês Norman Foster. Conhecido por suas ousadas construções que aliam sustentabilidade e luxo - como a Torre Hearst, em Nova York, e o arranha-céu 30 St Mary Axe, em Londres –, vai assinar um projeto no Rio de Janeiro.
Norman foi escolhido pela Tishman Speyer para desenhar o segundo empreendimento da incorporadora americana no Porto Maravilha, a área de revitalização da zona portuária carioca. Na América Latina, será o segundo projeto do arquiteto. O primeiro também foi feito em zona portuária: Puerto Madero, área mais valorizada de Buenos Aires.
O residencial Faena Aleph Residences foi inaugurado no início deste ano na capital argentina. O trecho portenho e o porto de Barcelona, na Espanha, servem de inspiração para as mudanças em curso na zona portuária do Rio.
Detalhes
Ana Carmen Alvarenga, diretora administrativa da Tishman Speyer no Rio, disse a EXAME.com que os detalhes do edifício de escritórios que Foster desenhará para o Porto Maravilha ainda estão em fase final de negociação com o arquiteto. O prédio ficará no terreno conhecido como Pátio da Marítima, negociado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp) com a empresa americana.
A Tishman Speyer, administradora de edifícios como Crysler e Rockefeller Center, em Nova York, e Torre Norte, em São Paulo, foi uma das primeiras empresas a apostar na revitalização da área do porto. Em junho, comemorou o fim da fase estrutural do Port Corporate Tower, que será o primeiro empreendimento corporativo do Porto Maravilha a abrir as portas, em dezembro deste ano. Além da demolição do viaduto da Perimetral, a região será toda reurbanizada com a abertura de novas vias e a implantação de um veículo leve sobre trilhos (VLT).
Outros ícones arquitetônicos estão em planejamento para a região. As Trump Towers, por exemplo, serão cinco prédios construídos na Avenida Francisco Bicalho. O investimento será o primeiro do bilionário americano Donald Trump no Brasil e tem previsão de início das obras das duas primeiras torres para este semestre.
Marcos
Outro marco na linha da sustentabilidade é o Museu do Amanhã, no Pier Mauá, que já está em construção e leva a assinatura do festejado arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O projeto pretende ganhar a certificação Leed (Liderança em Energia e Projeto Ambiental), concedida pela instituição americana sem fins lucrativos, Green Building Council (USGBC). Para isso, vai utilizar recursos naturais do local, como a água da Baía de Guanabara para climatizar o interior do Museu, e reutilizada no espelho d´água. Também o telhado da construção será feito com estruturas de aço, para servir de base para placas de captação de energia solar.
Uma das primeiras construções no país a receber esta certificação sustentável foi a Ventura Corporate Towers, no Centro. As duas torres na Avenida Chile, marcaram a entrada da Tishman Speyer no mercado carioca. Inauguradas em 2010, a maior parte das salas dos seus 36 andares foram alugadas por estatais como Petrobras e BNDES. “Compramos nosso primeiro terreno no Rio quando a cidade ainda não tinha muita visibilidade. Agora, as perspectivas são ainda mais favoráveis”, disse Ana Carmen.