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TIM reduzirá intensidade de investimentos no Brasil até 2018

Após o capex (investimento em bens de capital) somar cerca de R$ 4,8 bilhões em 2015, a projeção é que o investimento tenha aumento em 2016


	TIM: no intervalo de 2016 a 2018, a perspectiva é de investimento "dentro de R$ 14 bilhões"
 (Divulgação/TIM)

TIM: no intervalo de 2016 a 2018, a perspectiva é de investimento "dentro de R$ 14 bilhões" (Divulgação/TIM)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 14h35.

São Paulo - A TIM reduzirá a intensidade de investimentos no Brasil entre os anos de 2016 e 2018, de acordo com apresentação do plano industrial referente ao período.

Após o capex (investimento em bens de capital) somar cerca de R$ 4,8 bilhões em 2015, a projeção é que o investimento tenha aumento em 2016, mas passe a diminuir em 2017 e 2018.

Ao todo, no intervalo de 2016 a 2018, a perspectiva é de investimento "dentro de R$ 14 bilhões", sem considerar espectro. Vale lembrar que o volume projetado para os anos de 2015 a 2017 era de "mais de R$ 14 bilhões".

Ao detalhar o investimento por tecnologia, a companhia explicou que o capex em 4G continuará aumentando até 2018, em detrimento de 3G.

Com isso, a expectativa é que a cobertura 4G se equipare a 3G por volta de 2017 e a ultrapasse até o fim de 2018, com cerca de 90% da população urbana coberta.

Até 2015, a cobertura de 4G chegava a 59% e a de 3G estava em 82%. A companhia busca cobertura 3G competitiva em todos os Estados e disse que o refarming do 1,8 GHz é uma vantagem competitiva no curto prazo.

Mais cedo, a controladora da TIM, a Telecom Italia, informou que o plano estratégico manteve a previsão de investimento de R$ 14 bilhões em três anos no Brasil.

A cifra exclui os gastos com compra de espectro. No plano, a empresa diz que há espaço para ganhar eficiência.

Ao citar apenas que pode cortar custos, a Telecom Italia disse que "ações para recuperar a eficiência também serão importantes e com as quais a TIM quer recuperar mais de R$ 1 bilhão até 2017".

No comunicado ao mercado, a controladora diz genericamente que "novas oportunidades podem ser identificadas, como menor custo operacional".

Sobre o plano de eficiência ao custo, a TIM afirmou que até janeiro de 2015 conseguiu atingir cerca de 35% dos R$ 1 bilhão previstos até dezembro de 2017.

O Itaú BBA, em relatório de Susana Salaru, disse que já esperava um valor de investimentos inferior à diretriz de 2015 a 2017, quando se falava de "mais de R$ 14 milhões".

Além disso, a instituição ressaltou que um capex relativamente menor em 2018 era previsto, seguindo a alta atual no ciclo de capex, que está relacionado ao lançamento de 4G.

Com o plano atualizado, há previsão de expansão da margem do resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em todos os anos até 2018 e que o serviço de dados passará a ser a principal componente da receita da filial brasileira a partir de 2016.

A TIM ressaltou que, em relação ao Ebtida, as eficiências de custo visam defender o desempenho do indicador e que a expansão de margem a longo prazo ocorre também à medida que o mix de receita move-se para dados.

"O fluxo de caixa irá melhorar à medida que a pressão sobre o Ebitda e o capex diminuem", afirmou a Tim.

Em linhas gerais, a diretriz pareceu menos comprometida com crescimento de receitas e Ebitda nos próximos anos, de acordo com o Credit Suisse.

O analista Daniel Federle comentou que o novo "guidance" foi considerado como "levemente negativo" devido ao menor comprometimento com crescimento.

Por outro lado, Federle explicou que não espera grande mudança nas expectativas do mercado, uma vez que a diretriz veio em linha com posicionamento recente da empresa.

Prioridades estratégicas

A TIM definiu as prioridades estratégicas para o plano industrial de 2016 a 2018. Em apresentação publicada hoje, a operadora afirma que a transformação de voz para dados na indústria de telecomunicações, entre outros fatores, a estimula a redefinir seu posicionamento, com foco em qualidade de rede, oferta, inovação e experiência do usuário.

A defesa do valor da base pré-paga é a segunda prioridade da lista, na qual o foco passa a ser "revenue share", ou seja, a fatia do mercado que a companhia ocupa em termos de receita, em vez de "market share", quando se observa o volume de linhas e serviços.

Além disso, a companhia quer aumentar a participação de clientes de médio e alto valor, ou seja, a base em que pode obter mais receita.

Essa visão levou em consideração a maturação do mercado e mudança no perfil de uso, que impacta a base de usuários e posicionamento.

A companhia também buscará estabilizar seu segmento corporativo e sustentará investimento em rede, com prioridade e foco em 4G.

Além disso, ressalta o foco em eficiência como elemento estrutural. Entre os fatores citados como mudanças no contexto estão o cenário macroeconômico desafiador e requisitos de infraestrutura em evolução com dados e 4G.

A TIM trabalha com uma projeção de cenário de 2016 com contração no Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8%, inflação em 7,0% e dólar a R$ 4,25.

Para o ano seguinte, a estimativa é que o PIB fique estável, a inflação desacelere para 5,4% e o dólar fique em R$ 4,30.

Já para 2018, o PIB deve crescer 1,7%, a inflação continuar a perder força para 5,0% e o dólar atingir R$ 4,31.

Para o mercado específico de telecomunicações, a TIM projeta contínua queda nas tarifas de interconexão VU-M, de R$ 0,10 por minuto em 2016 para R$ 0,03 por minuto em 2018.

Ao mesmo tempo, a quantidade de cartões (Sim card) por usuário continuará em tendência de queda, enquanto a receita de móveis com dados seguirá no caminho de crescimento.

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