Rex Tillerson: o secretário mudou substancialmente a postura em relação à mudança climática do governo dos EUA (foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 15 de março de 2017 às 07h14.
Última atualização em 30 de março de 2017 às 10h50.
Nova York - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, usava um pseudônimo para o envio de e-mails relacionados com a mudança climática enquanto era o diretor-executivo da companhia Exxon Mobil.
Segundo a emissora "CNN", o escritório do procurador-geral do estado de Nova York, Eric Schneiderman, revelou esse detalhe em carta enviada a um juiz, na qual também acusa a Exxon Mobil de não apresentar documentos relacionados com uma investigação sobre a possibilidade de a companhia ter mentido aos seus investidores sobre a mudança climática.
Os representantes do procurador disseram na carta que Tillerson usou o pseudônimo "Wayne Tracker" entre 2008 e 2015 para "enviar e receber material relativo a assuntos importantes", entre eles a mudança climática.
"Apesar dos cerca de 60 documentos da companhia que levam o e-mail de 'Wayne Tracker', nem Exxon nem seu conselho nunca revelaram que essa conta independente era uma forma de comunicação de Tillerson na empresa", indicou a carta do conselheiro de Schneiderman, John Oleske.
Em resposta às acusações, o Departamento de Estado afirmou que as perguntas sobre as contas de e-mail de Tillerson devem ser diretamente dirigidas a Exxon Mobil.
Em comunicado, a Exxon confirmou em comunicado que Tillerson utilizava o e-mail de "Wayne Tracker" enquanto era diretor-executivo e esclareceu que entregou mais de 2,5 milhões de páginas de documentos ao procurador-geral de Nova York.
"O endereço de e-mail wayne.tracker@exxonmobil.com é parte do sistema de e-mails da companhia e foi estabelecido para realizar comunicações seguras e rápidas entre altos funcionários seletos da empresa e o antigo diretor sobre vários assuntos comerciais", afirmou a porta-voz da companhia, Alan Jeffers, na nota.
Tillerson mudou substancialmente a postura em relação à mudança climática do governo dos EUA, já que pode negociar a saída do país do acordo climático de Paris.
Durante o processo de confirmação de sua indicação ao Senado, o novo secretário de Estado se negou a responder perguntas se a Exxon Mobil tinha minimizado a importância do aquecimento global.