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TIG anuncia acordo de US$ 1 bilhão para projetos de reflorestamento

Acordo com a Conservação Internacional faz parte de estratégia de compra de terras desmatadas para reflorestamento com mata nativa

Mecklenburg-Vorpommern, Mecklenburg Western Pomerania, Germany, Europe. (Martin Ruegner/Getty Images)

Mecklenburg-Vorpommern, Mecklenburg Western Pomerania, Germany, Europe. (Martin Ruegner/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 12h06.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 12h53.

O Timberland Investment Group (TIG), uma das maiores gestoras de investimentos florestais do mundo, que pertence ao banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME), anunciou um acordo com a Conservação Internacional (CI) para projetos de reflorestamento na América Latina. A organização ambiental irá atuar como conselheira da TIG.

A iniciativa faz parte da estratégia da TIG de comprar terras desmatadas na região para reflorestar com mata nativa. O acordo deve movimentar 1 bilhão de dólares em cinco anos. “A restauração e a oferta de reflorestamento estão entre as melhores opções para mitigação climática, além de trazer outros benefícios para a população e o planeta”, afirma Gerrity Lansing, sócio do BTG Pactual e Head do TIG. “A América Latina é uma região com enorme potencial para projetos como este.”

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O TIG pretende adquirir propriedades na América Latina que já tenham sido desmatadas e que possivelmente seriam manejadas de forma insustentável. O objetivo é buscar benefícios climáticos, ambientais e sociais ao proteger e restaurar florestas nativas em metade das terras adquiridas no âmbito da estratégia, e estabelecer fazendas de árvores comerciais manejadas de forma sustentável na outra metade. A TIG administra ativos e compromissos de mais de US $ 4 bilhões em 1,2 milhões de hectares.

As pesquisas mostram que as soluções baseadas na natureza, que são esforços para proteger, manejar e restaurar sistemas florestais, pastagens e zonas úmidas, podem fornecer pelo menos 30% da mitigação necessária para limitar o aquecimento a 1,5 ° C, ao mesmo tempo que entrega uma gama de serviços sociais e resultados ambientais e econômicos.

“Proteger a natureza é fundamental para proteger o nosso futuro”, afirma Jack Hurd, vice-presidente executivo de programas globais da Conservação Internacional. “Iniciativas como esta ajudam a traçar um novo caminho para uma economia sustentável, ao mesmo tempo que trazem uma série de benefícios adicionais para as comunidades locais. Estamos ansiosos para trabalhar com o TIG.”

Desmatamento pode inviabilizar meta do Acordo de Paris

Segundo Talita Assis, especialista doutora em Ciência do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e responsável pelo projeto A Amazônia em EXAME, além de possíveis impactos no clima local, devido a mudanças na estrutura na floresta, como o aumento de temperatura e a diminuição da umidade, o desmatamento da Amazônia pode afetar o clima em escalas mais amplas.

“A umidade trazida da Amazônia para o centro-sul do Brasil exerce um papel fundamental no regime de chuvas do país. Essa umidade é resultado de uma combinação da elevada evapotranspiração das árvores (evaporação da água do solo mais a transpiração das plantas) com a grande capacidade de formação de nuvens na floresta”, afirma Assis.

A poucos dias da Conferência do Clima da ONU, a COP26, que acontece em Glasgow, na próxima semana, as discussões sobre a importância das florestas se intensificaram. O consenso é que o combate às mudanças climáticas passa pelo fim do desmatamento e pela recuperação das matas nativas. A EXAME estará em Glasgow e fará a melhor cobertura da COP26.

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