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Thyssen congela venda da CSA e mira mais produtividade

A Companhia Siderúrgica do Atlântico não conseguiu atrair oferta razoável, apesar do interesse demonstrado por gigantes do setor, como a brasileira CSN


	CSA: redução dos negócios de siderurgia é parte de tentativa da empresa de sair de uma maré de prejuízos globais que já dura três anos
 (Germano Lüders/Site Exame)

CSA: redução dos negócios de siderurgia é parte de tentativa da empresa de sair de uma maré de prejuízos globais que já dura três anos (Germano Lüders/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 11h39.

São Paulo - Na faxina de portfólio que o grupo alemão Thyssen Krupp fez ao "chacoalhar" sua estrutura de negócios para reduzir a dependência da siderurgia e investir em produtos de maior valor agregado, um item "encalhou".

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), fruto de um investimento de 5 bilhões, não conseguiu atrair uma oferta considerada razoável, apesar do interesse demonstrado por pesos pesados do setor, como a brasileira CSN.

Diante desse cenário, o presidente global da Thyssen, Heinrich Hiesinger, desistiu de oferecer a empresa ao mercado. "Não estamos buscando ativamente um comprador no momento", afirmou o executivo, que veio ao Brasil para participar de uma reunião que estabelecerá a sede brasileira como plataforma de negócios para a América do Sul.

O executivo ressaltou, no entanto, que a objetivo final, dentro do plano estratégico, continua a ser a venda da CSA. "A venda vai ocorrer no médio ou no longo prazo."

A redução dos negócios de siderurgia é fruto da tentativa da empresa de sair de uma maré de prejuízos globais que já dura três anos.

A venda da CSA, que foi negociada por mais de um ano, até o fim de 2013, tentou oferecer a unidade localizada em Santa Cruz, zona oeste do Rio, dentro do pacote Steel Americas, que também incluía uma laminadora da companhia no Estado americano do Alabama.

A CSA - inicialmente idealizada pela mineradora Vale, que detém 27% do negócio - terminou como o "patinho" feio do portfólio depois de o ativo no Alabama ter sido vendido por US$ 1,5 bilhão para uma joint venture entre Arcelor Mittal e Nippon Steel & Sumitomo Metal, no fim do ano passado.

Além do próprio desânimo do mercado de metais, que deixou as empresas do ramo mais cautelosas, Hiesinger admitiu que a companhia enfrentou desafios operacionais que espantaram potenciais interessados. Em 2013, um alto-forno da CSA teve de ser desligado por problemas técnicos - uma deficiência que serviu para espantar ainda mais os compradores.

Ao perceber que a venda não sairia dentro dos termos que a empresa considerava razoável, a matriz resolveu interromper o processo. De acordo com Hiesinger, uma companhia não pode estar constantemente em processo de venda.

Para garantir aumentos de produtividade que deixassem a operação "azeitada" para tornar a CSA um ativo mais interessante, a matriz preferiu tirar essa pressão de venda da equipe.

Produtividade

Segundo o presidente do grupo alemão, os primeiros resultados dessa estratégia já começaram a aparecer. Em 2014, a CSA deverá processar 4 milhões de toneladas de minério de ferro, não muito longe da capacidade instalada de 5 milhões de toneladas.

A metade dessa demanda vem de um acordo costurado na venda da unidade americana. As novas donas da laminadora se comprometeram a comprar 2 milhões de toneladas de placas de aço da CSA por um período de seis anos.

Diante do desalento atual com a economia - o relatório Focus, do Banco Central, baixou, na segunda-feira, 18, a previsão de expansão do PIB de 2014 para 0,79% -, o executivo afirmou que o pessimismo do momento é "exagerado". "O otimismo, alguns anos atrás, também era exagerado."

Por isso, a Thyssen, que fatura R$ 8 bilhões no Brasil, onde tem 10 mil funcionários, manteve algumas expansões de produção no país. Apesar das piores previsões para a construção civil desde 1996, a produção de elevadores é um negócio que vai receber novos aportes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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