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Ternium perde recurso para retorno de diretoria da Usiminas

Ação fazia parta de sua tentativa para reinstituir o presidente-executivo afastado da Usiminas, Julián Eguren


	Usiminas: Julián Eguren foi destituído do posto de CEO no fim de setembro, com outros dois altos executivos
 (Divulgação)

Usiminas: Julián Eguren foi destituído do posto de CEO no fim de setembro, com outros dois altos executivos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 21h30.

São Paulo - O grupo siderúrgico latino-americano Ternium perdeu novo recurso na Justiça de Minas Gerais nesta terça-feira, em sua tentativa para reinstituir o presidente-executivo afastado da Usiminas, Julián Eguren, destituído do posto no fim de setembro, com outros dois altos executivos.

Eguren e os outros executivos foram indicados pela Ternium para o comando da Usiminas e foram demitidos pelo Conselho de Administração da maior produtora de aços planos do Brasil, em uma votação desempatada pelo presidente do conselho, Paulo Penido, alinhado ao grupo japonês de aço Nippon Steel.

A Ternium afirmou em comunicado à imprensa nesta terça-feira que "seguirá buscando as medidas necessárias para proteger seus direitos e todo o investimento feito na Usiminas".

A empresa ingressou no grupo de controle da companhia brasileira em 2011, em uma operação de mais de 5 bilhões de reais.

Representantes da Nippon não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto.

A empresa japonesa tem afirmado que acredita que tomou as medidas legais e apropriadas no processo que demitiu Eguren e também o diretor de subsidiárias Paolo Bassetti e o diretor industrial Marcelo Chara, em 25 de setembro.

Na quinta-feira passada, a Ternium anunciou acordo para comprar a participação do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, na Usiminas, elevando sua fatia na empresa de 27,66 para 38 por cento.

A aquisição saiu por 12 reais a ação ordinária, que nesta terça-feira fechou cotada a 7,75 reais.

O negócio sinalizou que a Ternium não está disposta a sair da Usiminas e que um acordo entre o grupo e a Nippon ficou mais distante, disseram analistas, ressaltando que a disputa pode se arrastar por vários anos e afetar a siderúrgica brasileira.

Sindicatos de trabalhadores nas duas principais bases siderúrgicas da Usiminas, Ipatinga (MG) e Cubatão (SP), afirmaram na segunda-feira a Reuters que a disputa entre os acionistas ainda não afetou as operações nas usinas da companhia, mas que tem preocupado os trabalhadores da empresa.

"A Ternium reitera seu posicionamento frente à quebra do acordo de acionistas por parte do Grupo Nippon Steel na reunião do Conselho de Administração da Usiminas de 25 de setembro", afirmou o grupo latino-americano em comunicado à imprensa.

A briga começou em meio a uma disputa de poder pela gestão da Usiminas.

Fonte próxima do assunto afirmou à Reuters que a Nippon tem interesse em uma rotação na indicação dos principais executivos da companhia brasileira, algo que a Ternium rejeita por não estar previsto no acordo de acionistas de 2011.

O documento, válido até 2031, estabelece ainda que mudanças na diretoria da empresa devem ocorrer via consenso entre os controladores.

Eguren havia sido indicado para a presidência da Usiminas em janeiro de 2012 e, desde então, vinha promovendo uma série de medidas visando aumentar a produtividade e a eficiência para recuperar resultados da companhia, em meio a uma crise de sobreoferta no mercado global de aço que já dura vários anos.

Segundo uma fonte próxima à situação, o acesso de Eguren aos escritórios da Usiminas foi desativado no mesmo dia da reunião que decidiu por sua demissão.

A Usiminas deve divulgar resultado de terceiro trimestre em 28 de outubro. No segundo trimestre, a companhia apurou lucro líquido de 129 milhões de reais, revertendo prejuízo de 22 milhões de reais sofrido um ano antes.

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