Ternium: decisão de oficializar a desistência do projeto acontece também em meio à lentidão do mercado brasileiro de aço e atrasos em uma série de projetos de infraestrutura (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2013 às 12h22.
São Paulo - O grupo produtor de aço Ternium desistiu da implantação de um polo siderúrgico no Porto do Açu, da LLX, numa decisão aguardada pelo mercado depois que a companhia ingressou no grupo de controle da Usiminas.
A construção no Porto do Açu de uma unidade de pelotização de minério de ferro e de uma usina siderúrgica com capacidade para 5,6 milhões de toneladas de aço bruto por ano havia sido acertada em setembro de 2010 entre a LLX, do empresário Eike Batista, e a Ternium, fundada na Argentina e com sede em Luxemburgo.
De lá para cá, a Ternium não chegou a construir instalações significativas na área de 13 quilômetros quadrados reservada para o polo siderúrgico no porto, que deveria ter entrado em operação no ano passado.
A decisão de oficializar a desistência do projeto acontece também em meio à lentidão do mercado brasileiro de aço e atrasos em uma série de projetos de infraestrutura do país, como a exploração de petróleo na camada do pré-sal, além de excesso de capacidade siderúrgica global que tem pressionado os preços dos produtos.
Em comunicado separado, o presidente da LLX, Marcus Berto, afirmou que a desistência da Ternium não impacta o plano de negócios atual da companhia no Porto do Açu, localizado em São João da Barra (RJ).
"Com a retração do mercado siderúrgico nos últimos anos, o modelo de negócios da LLX está sendo revisto. Logo, a decisão da Ternium em não instalar uma usina siderúrgica no Superporto do Açu não altera o desenvolvimento do empreendimento", afirmou Berto.
Procurada, a Ternium não informou de imediato o motivo da desistência do projeto e a LLX afirmou que vai procurar "novas oportunidades de negócios" para a área que seria ocupada pelo polo siderúrgico.
As ações da LLX exibiam alta de 1,20 por cento às 12h03, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 1,54 por cento. A companhia deve contar até o fim deste mês com um novo controlador, o grupo norte-americano EIG, que firmou em agosto acordo para investir 1,3 bilhão de reais na companhia, antes detida pelo grupo EBX, de Eike.
A Ternium firmou acordo para ingressar no bloco de controle da Usiminas no fim de 2011, e desde então havia dúvidas sobre se o grupo levaria adiante o projeto no Porto do Açu.