Cropped shot of a woman agronomist using digital tablet for analysis of plantation. Woman updating plants growth on digital tablet app in garden center. (Luis Alvarez/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 07h30.
As buscas pelo termo ESG aumentaram dez vezes nos últimos dois anos, segundo dados do Google Trends. O indicador reflete a popularidade cada vez maior da sigla na vida de consumidores e empresas – e um novo estudo, feito em setembro pelo Google, MindMiners e Sistema B Brasil com 3 mil pessoas, mostra porque o ESG se tornou tão relevante.
Trata-se de uma sigla, em inglês, para environmental, social e governance, que representa um conjunto de ações ambientais, sociais e de governança praticadas pelas empresas.
No campo ambiental, a sigla “E”, de environmental, contempla:
No social, a sigla “S” contempla:
Em governança, a sigla “G” de governance contempla:
Apesar de somente 1 em cada 5 brasileiros (21%) já terem ouvido falar na sigla ESG, segundo o estudo, 4 em cada 5 (87%) declaram como importante a atuação de empresas e marcas em ações relacionadas ao meio ambiente, panorama social e governança.
“As empresas precisam ter cuidado ao comunicar ações ESG”, alertam os responsáveis pela pesquisa. “A sigla pode ser conhecida no mundo corporativo, mas não entre a população. Por isso, toda e qualquer divulgação precisa ser clara e objetiva.”
De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados não conseguiram, de maneira espontânea, associar as marcas aos temas ESG.
O mesmo estudo indica como o consumidor espera que as marcas sejam transparentes sobre o impacto de suas ações nos canais de comunicação, apoiem ONGs e movimentos que atuam em questões relevantes e desenvolvam campanhas de mídia que gerem conscientização e renda para projetos sociais.
Em paralelo, os pesquisadores foram investigar como anda o comportamento do consumidor em relação às práticas individuais que tangem o ESG. Somente 13% dos entrevistados evitam ao máximo o desperdício de alimentos, 12% têm práticas de economia de energia em casa, e 17% controlam o volume de água no banho, para escovar os dentes e na cozinha.
Uma porcentagem um pouco maior dos entrevistados separa o lixo eletrônico e de materiais perigosos (27%), o lixo reciclável do orgânico (31%) e usa meios de transporte coletivo ou alternativos ao carro (28%). A maioria (57%) participa de alguma ONG ou projeto ligado aos direitos da população sub-representada e 23% evitam marcas que possuem má reputação ou estejam envolvidas em polêmicas.
“As pessoas têm consciência sobre a importância dos temas, mas, na prática, seus comportamentos são muito mais voltados ao benefício próprio do que comunitário”, dizem os pesquisadores. “Além disso, há maior preferência pelas ações que não exigem tanto empenho”.
Ainda que o tema meio ambiente seja considerado o de maior importância, quando o assunto é escolha de uma marca, o social se destaca, revela o estudo. “As pessoas apreciam ações altruístas, porém valorizam ainda mais quando há impactos diretos em suas vidas. Isto é: quando de fato há ganhos individuais, os quais tendem a ser mais claros no âmbito social.”
Nesse sentido, mais do que comunicar, as marcas precisam abraçar causas, defendem os pesquisadores. Afinal, 57% dos respondentes disseram achar importante a empresa apoiar causas ambientais, sociais e de governança independente da sua área de atuação; 66% disseram se sentir mais próximo da marca que patrocinam seus temas de interesse, “vestem a camisa” e se posicionam; e 64% disseram não ver problemas em uma marca patrocinar variados temas ao mesmo tempo.