Funcionários da Tepco em entrevista coletiva: quase 200 mil pessoas pedem indenização (Jiji Press/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 08h49.
Tóquio - A Tokyo Electric Power (Tepco), a maior elétrica do Japão e operadora da central de energia atômica de Fukushima, se mostrou nesta quarta-feira disposta a indenizar o mais rápido possível aos evacuados pelo acidente nuclear.
O presidente da elétrica, Masataka Shimizu, disse nesta quarta-feira em entrevista coletiva que a companhia atravessa por "a situação mais séria e crítica desde que se estabeleceu", e assegurou que farão-se todos os esforços para controlar a situação na planta de Fukushima Daiichi.
Vários meios locais indicaram hoje que o pagamento de compensações poderia durar mais de uma década e supor o desembolso de vários trilhões de ienes (dezenas de bilhões de euro) para Tepco, muito criticada por sua gestão da crise.
Shimizu revelou que não é o momento de falar sobre seu possível demissão pelos problemas na central, onde o tsunami de 11 de março provocou o corte da provisão elétrico e danificou todos os sistemas de emergência para refrigerar os reatores.
O diretor voltou a pedir desculpas pelas consequências do acidente nuclear mais grave da história do Japão, enquanto se deverá esperar a que confeccione um plano de ajudas conjuntamente com o Governo.
O Governo, por sua parte, poderia dividir os pagamentos em mais de 10 anos e criar um programa de compensações junto com outras oito companhias elétricas para evitar o impacto da dívida de Tepco nos mercados de bônus e assegurar que a empresa siga operando com normalidade, informa hoje o diário Nikkei.
Tepco se enfrenta às reivindicações dos residentes da zona de exclusão de 20 quilômetros em torno da central (uns 80.000 até o momento) e de outras 115.000 pessoas, cujas famílias foram incluídos em um novo plano de evacuação dado a conhecer na segunda-feira pelo Executivo.
Além disso, a empresa deverá fazer frente ao custo para desmantelar Fukushima Daiichi, algo que Hitachi, construtor de um dos reatores, acredita que levará 30 anos.
A elétrica se enfrenta além disso às reivindicações de agricultores e pescadores de Fukushima e outras regiões vizinhas afetadas pela queda das vendas perante o alarme pela poluição, assim como à necessidade de pôr de novo em andamento seus centrais térmicas afetadas pelo terremoto.