Já testado pela Nike, serviço foi anunciado pela On Running, a marca de Roger Federer (Adventure Club/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2022 às 08h00.
Última atualização em 8 de novembro de 2022 às 09h41.
O primeiro passo foi dado pela Nike, em 2019. Naquele ano, a marca lançou, nos Estados Unidos, um serviço de assinatura de tênis exclusivo para crianças. Chamado de Adventure Club, era voltado para a turma de dois a dez anos, cujos pés não param de crescer — para o desespero dos pais, que precisam ir atrás de novos calçados com frequência excessiva.
A novidade foi lançada com três planos, de 50, 30 ou 20 dólares por mês. O mais caro dava direito a um novo par de tênis, de uns 50 dólares, a cada mês. O segundo oferecia pares novos a cada dois meses e o terceiro, a cada trimestre.
O intuito do serviço, descontinuado em novembro de 2020, era estreitar os laços da marca com os consumidores — e desde a mais tenra infância. “Resolver a necessidade de pais com filhos de 2 a 10 anos significa que vamos começar a construir relacionamentos através das crianças”, declarou, na época, Dave Cobban, gerente da Nike responsável pelo Adventure Club.
Nos Estados Unidos, estima-se, o mercado de calçados infantis movimenta 10 bilhões de dólares a cada ano. Já o mercado global de sneakers, para todas as idades, foi avaliado em quase 66 bilhões de dólares no ano passado. Para este ano estão previstos 72,7 bilhões de dólares — para 2027, 106,6 bilhões de dólares.
Lançada em 2000, a marca de calçados de corrida Atreyu, de Austin, no Texas, também criou um programa de assinatura. Hoje a marca vende três modelos em linha, todos com cadarços amarelos, a 85 dólares, 100 dólares ou 115 dólares. Com camadas de microfibra, têm entressola de EVA, parte superior de TPU e sola de borracha.
A meta é convencer os consumidores a se comprometerem a comprar um novo par de tempos em tempos — a cada um, dois ou três meses. Com isso, os preços baixaram para cerca de 75 dólares a unidade (o modelo de entrada chegou a ser vendido por 55 dólares).
Para quem corre muito — o público alvo da grife — pode ser um ótimo negócio. Fazer esportes de impacto com tênis desgastados, por sinal, costuma ser uma péssima ideia, pois favorece quedas e compromete a performance esportiva.
Por causa de sua construção despojada e leve, vale dizer, a expectativa de vida do Atreyu é menor. Os calçados da marca, estima-se, precisam ser substituídos depois de uns 240 quilômetros de uso — ou 320 quilômetros, no máximo. Daí a vantagem do programa de assinatura.
No Brasil desde fevereiro, a marca On Running, que tem o ex-tenista Roger Federer como sócio, também caminha em direção à tendência. A grife suíça criou um programa de assinatura, por ora restrito ao mercado europeu, apenas para o modelo Cyclon Cloudneo. A iniciativa contribui com o bolso dos consumidores e também com o meio ambiente.
“Cloudneo: este é o tênis de corrida que nunca será seu”, eis um dos slogans da novidade. “Com menos de 260 gramas, o Cloudneo não pesará nunca demais. Seja nas pistas, nas ruas ou em sua consciência”, informa a marca em seu site.
Minimalista, o calçado é feito à base de mamona e produz 50% menos CO2 que um tênis comum. Também acarreta 90% menos resíduos no total e é totalmente reciclável. E só é vendido por assinatura. Quem recorre ao serviço pode receber um novo par a cada seis meses – basta devolver o antigo, que a grife transforma em um novo.
Os preços dos calçados da On Running variam de R$ 749 a R$ 1.499. A marca foi fundada em 2010 na Suíça por um ex-competidor profissional, Olivier Bernhard. Quando se aposentou, ele dedicou-se a criar um tênis esportivo que trouxesse a sensação de corrida perfeita. Diminuir a pegada ecológica da marca é outra evidente preocupação do ex-atleta.