PETROBRAS: alta do dólar deve favorecer empresas como a estatal brasileira de petróleo (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2018 às 06h28.
Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 18h00.
Começa hoje, com a fabricante de máquinas Romi, a temporada de divulgação de resultados das companhias abertas brasileiras referentes ao terceiro trimestre do ano.
Apesar das incertezas que a eleição presidencial tem lançado sobre a economia do país, as quais fizeram muitas empresas suspenderem decisões sobre investimentos e adiarem o planejamento para os próximos meses, os analistas do mercado financeiro esperam uma melhora geral dos balanços. “Mesmo mais devagar do que gostaríamos, a economia está melhorando”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae Asset.
No segundo trimestre de 2018, o produto interno bruto (PIB) do país cresceu 0,2% ante o primeiro e 1% na comparação com o mesmo período de 2017, um desempenho considerado fraco, prejudicado principalmente pela greve dos caminhoneiros no final de maio. A projeção média de mercado é de uma elevação de 1,5% no período de julho a setembro.
Entre as companhias que dependem mais do mercado interno, as do setor financeiro devem se destacar, como de costume. “A dinâmica para os bancos segue semelhante à de trimestres anteriores, com uma melhora da qualidade do crédito e uma redução das provisões para devedores duvidosos impulsionando a lucratividade”, escreveram em relatório a clientes Luis Azevedo e Sivio Dória, analistas do Banco Safra.
No setor de varejo, grupos que vêm demonstrando bom uso da tecnologia para alavancar as vendas na internet tendem a divulgar os melhores números – para a corretora XP, a B2W e o Magazine Luiza são os que vão brilhar mais.
A alta do dólar e o aumento do preço de algumas commodities no terceiro trimestre favoreceu as produtoras de matérias-primas como a Petrobras. A diferença do preço médio do barril do petróleo de julho a setembro de 2018 ante o mesmo intervalo de 2017 foi de cerca de 40%, enquanto a moeda americana subiu cerca de 30%. As produtoras de papel e celulose Fibria e Suzano, que exportam mais de 90% da sua produção, devem continuar dando alegrias para seus investidores. Os acionistas esperam que seus executivos aproveitem as reuniões de apresentação dos balanços para dar mais informações sobre os trâmites concretos de combinação de atividades agora que o Cade aprovou a fusão das empresas. A Vale, com um aumento de produção de minério de ferro, deve agradar.
No grupo de perdedores com a valorização do dólar ante o real, estão as empresas aéreas Gol e Azul, que têm boa parte dos seus custos – combustível e aluguel de aviões, principalmente – cotados na moeda americana.
Com a definição do próximo presidente da República no próximo final de semana, pode-se esperar também que as empresas aproveitem a estação de divulgação dos balanços para rever as suas projeções para os próximos trimestres com muito mais otimismo. Uma vitória de Jair Bolsonaro, o favorito do mercado, deve levar a onda de otimismo também para o curto prazo.