Brian Chesky, CEO do Airbnb: empresa registrou receita de US$ 13 bilhões (Jessica Chou/Divulgação)
Repórter
Publicado em 9 de agosto de 2025 às 10h27.
Última atualização em 9 de agosto de 2025 às 10h28.
Se você pensa no Airbnb, provavelmente já imagina casas aconchegantes e apartamentos charmosos em locais inesperados. Mas a empresa que popularizou o aluguel de residências agora está se preparando para mudar tudo isso.
Em um movimento que promete mexer com as estruturas da indústria de viagens, a gigante das hospedagens anunciou que irá competir de perto com os próprios hotéis, ao mesmo tempo em que aposta em tecnologia para transformar a experiência de viagem.
Durante a divulgação de resultados, o CEO Brian Chesky revelou um plano audacioso para a empresa, abrindo uma nova fase para o Airbnb e, quem sabe, para a própria forma como escolhemos onde ficar.
No segundo trimestre de 2025, o Airbnb não só superou as expectativas de Wall Street, mas também mostrou um crescimento robusto com US$ 3,1 bilhões em receitas – um aumento de 13% em relação ao ano anterior.
Mas, apesar dos números positivos, Chesky não se deixou levar pela euforia. A realidade é que, com uma concorrência crescente e a pressão regulatória, o caminho para o futuro não será tão simples.
Ele reconheceu que o crescimento da empresa poderia desacelerar nos próximos meses. A estratégia? Investir pesado em novas frentes, principalmente na integração de hotéis e na implementação de inteligência artificial.
Por que o CEO do Airbnb disse que o modelo da empresa está quebrado e como ele "arruma a casa"
Chesky não só reconheceu que o mercado hoteleiro é um rival forte, mas também anunciou que o Airbnb vai abraçar esse segmento. E não é uma aposta pequena.
A empresa planeja aumentar sua oferta de hotéis, com foco principalmente em locais onde a demanda por hospedagem tradicional ainda é forte.
“Será uma estratégia ‘e’ e não ‘ou’”, explicou Chesky. Em outras palavras, o Airbnb não vai abandonar as casas. Vai apenas complementar sua oferta com a inclusão de hotéis, especialmente durante os períodos de alta demanda, quando as opções de casa não são suficientes.
A mudança parece lógica. Chesky destacou que muitos viajantes que buscam casas no Airbnb acabam desistindo da plataforma por não encontrar disponibilidade ou pela falta de certos serviços, como café da manhã ou limpeza diária. A resposta é integrar hotéis ao portfólio do Airbnb.
O CEO também revelou planos de fazer da empresa uma “aplicação centrada em inteligência artificial” (IA). A promessa é de uma experiência mais personalizada e sem fricções, algo como um concierge virtual que conhece os seus gostos e necessidades melhor que qualquer atendente humano.
O Airbnb já está implementando modelos de IA para otimizar o atendimento ao cliente e até para ajudar no planejamento de viagens. Chesky explicou que essa tecnologia vai não só responder perguntas de maneira mais rápida e eficiente, mas também antecipar necessidades – como, por exemplo, sugerir o próximo destino com base nas suas preferências.
Essa IA já está em ação. A empresa revelou que reduziu em 15% a necessidade de intervenção humana, um reflexo de como as interações com a plataforma se tornarão cada vez mais autônomas.