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Telefônica lança plano para aumentar receita em US$ 2,2 bi até 2022

A empresa espanhola pretende separar parte de seus negócios na América Latina e reagrupar atividades de cibersegurança e computação em nuvem

Telefônica: presidente-executivo disse que modelo está esgotado e que empresa precisa se reinventar (Angel Navarrete/Bloomberg)

Telefônica: presidente-executivo disse que modelo está esgotado e que empresa precisa se reinventar (Angel Navarrete/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 27 de novembro de 2019 às 16h12.

Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 16h37.

Madri — A Telefônica divulgou nesta quarta-feira (27) um plano para separar parte de seus negócios na América Latina e reagrupar atividades de cibersegurança e computação em nuvem, de olho em obter mais de 2 bilhões de euros por ano em receita adicional até 2022.

"O modelo está esgotado e precisamos nos reinventar", disse o presidente-executivo, Jose Maria Alvarez-Pallete, durante entrevista coletiva convocada logo após uma reunião do conselho de administração do grupo em Madri, durante a qual o plano foi aprovado.

A estratégia prevê uma "separação operacional" dos negócios em língua espanhola da Telefónica na América Latina, deixando a companhia focada nos mercados da Espanha, Reino Unido, Brasil e Alemanha. Pallete afirmou que a Telefónica vai conduzir uma revisão estratégica e que está aberta a fusões e aquisições.

A companhia espera que a receita adicional virá de uma nova unidade chamada Telefónica Tech, formada inicialmente pelo grupamento dos negócios da empresa nas áreas de cibersegurança, Internet das Coisas e computação em nuvem.

"Tudo será conectado e emitirá informações em tempo real, então haverá uma explosão de dados", disse o presidente da Telefônica.

A empresa também informou que vai criar uma unidade para abrigar sua carteira de torres de comunicações. A divisão fornecerá serviços para outras operadoras e incorporará parceiros.

Além de focar em seus 4 principais mercados e na criação de uma divisão digital, a Telefónica acrescentou mais três pontos básicos ao plano: criar uma divisão de infraestrutura (Telefônica Infra); desenvolver um "spin-off" (diversificação) operacional sob uma única companhia de negócios na América espanhola e redefinir seu centro de operações.

A Telefônica indicou que, apesar de estar presente em 14 mercados, 80% das receitas são geradas nos quatro principais (Espanha, Reino Unido, Alemanha e Brasil), e que está se tornando uma prioridade "concentrar recursos nos mercados mais valiosos", segundo o comunicado enviado à CNMV.

De acordo com a empresa, no passado, a baixa penetração dos serviços de voz e dados, especialmente em países emergentes, assegurava o crescimento futuro, mas agora a crescente maturação dos mercados e o surgimento de novos concorrentes sujeitos a diferentes regras exigem abordagens estratégicas altamente focadas.

O presidente da companhia, José María Álvarez-Palette, confirmou que Ángel Vilá continuará como diretor de operações, assim como os encarregados para Alemanha (Markus Haas), Reino Unido (Mark Evans), Brasil (Christian Gebara) e Espanha (Emilio Gayo).

O objetivo da criação da Telefônica Tech é aproximar os negócios digitais e acompanhar as empresas clientes em sua transformação digital.

A Telefônica Tech, que será liderada por José Cerdán (até agora responsável global pelo segmento B2B - clientes empresariais), terá como foco a cibersegurança, cloud e internet das coisas (IoT)/big data.

Estas atividades, de forma agregada, já estão alcançando aumentos de faturamento superiores a 30%", disse a Telefônica, que adverte que esta nova divisão estará "aberta a aquisições que complementem o portfólio".

A alavancagem proporcionada pela incorporação de novos sócios servirá para acelerar exponencialmente o crescimento, acrescentou a empresa.

Já a Telefônica Infra foi criada para agrupar participações em veículos de infraestrutura de comunicações, com serviço a operadores e incorporação de sócios.

O primeiro ativo será a participação de 50,01% na Telxius, e a empresa também nasce "aberta a diferentes esquemas de participação acionária e aos melhores parceiros para cada ativo".

A Telefônica Infra será liderada por Guillermo Ansaldo, até agora responsável pelos recursos globais.

A divisão que reunirá todos os negócios da empresa na América Latina - com exceção do Brasil - terá como objetivo atrair investidores e obter sinergias, sob a direção de Alfonso Gómez, até então encarregado da Hispam Norte, e reportando à diretora de finanças e controle de gestão, Laura Abasolo.

Deixaram o comitê executivo Mariano de Beer, que foi chefe de comércio digital nos últimos três anos, e Bernardo Quinn, que recentemente comandou a Hispam Sur. Ambos permanecerão na empresa em cargos não executivos.

No comando de Vilá permanecerão no novo organograma os quatro responsáveis pelos principais mercados, os diretores de Tech e Infra, e Enrique Blanco (tecnologia e arquitetura) e Chema Alonso (consumo digital).

A essas oito áreas se juntará uma nona, a de soluções de negócios, que será dirigida por José Cerdán, tornando esta função compatível com a gestão da Telefônica Tech.

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