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Telefónica enfrenta dilema sobre posição na Telecom Italia

Investidores italianos que junto com a Telefónica controlam a Telecom Italia estão preparados para vender suas ações na primeira oportunidade que tiverem


	Prédio da Telefônica no Brasil: o que torna a decisão difícil para a empresa espanhola é o fato de que sua fatia na Telecom Italia ajudou a proteger sua posição em mercados emergentes da América Latina
 (AFP / Orlando Sierra)

Prédio da Telefônica no Brasil: o que torna a decisão difícil para a empresa espanhola é o fato de que sua fatia na Telecom Italia ajudou a proteger sua posição em mercados emergentes da América Latina (AFP / Orlando Sierra)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 08h53.

Madri - O grupo de telecomunicações espanhol Telefónica enfrenta uma grande dor de cabeça italiana. Há seis anos a empresa comprou uma participação na Telecom Italia, que na época buscava um "cavaleiro branco" para afastar outros pretendentes estrangeiros rejeitados pelo governo italiano.

Agora, investidores italianos que junto com a Telefónica controlam a Telecom Italia estão preparados, em vários graus, para vender suas ações na primeira oportunidade que tiverem para deixar o pacto de acionistas em 28 de setembro, disseram fontes.

Isso poderia forçar a Telefónica a tomar uma decisão, seja vender, assumir uma perda em seu investimento ou injetar recursos que não tem para manter sua influência.

O que torna a decisão difícil para a empresa espanhola é o fato de que sua fatia na Telecom Italia ajudou a proteger sua posição em mercados emergentes da América Latina. As duas empresas europeias são rivais no Brasil e na Argentina, onde controlam duas grandes operadoras de telefonia.

Embora a Telefónica não faça parte das deliberações do conselho sobre a unidade da Telecom Italia no Brasil, a TIM Participações, a empresa espanhola se beneficiou nos últimos anos sobre o poder de opinião em estratégia e operações em uma de suas rivais na América Latina. Agora a situação está sob ameaça.

A maior esperança da Telefónica pode ser persuadir seus parceiros da Telecom Italia a permanecerem na empresa, já que as outras três opções parecem desagradáveis: vender com uma perda acentuada, aumento da dívida para combater outros pretendentes ou a fusão com a empresa em dificuldade.

Analistas dizem que a Telefónica não irá fazer uma oferta antes mas poderia fazer uma contraoferta caso outros tentem tomar o controle.


"Enquanto o status quo permanecer ... a Telefónica mais do que provavelmente vai permanecer como está na Telecom Italia", disse Fabian Lares, analista da corretora JB Capital Markets, em uma nota. "Ela entraria apenas, em nossa opinião, se um outro grupo fizer uma oferta pela Telecom Italia ou sobre seus ativos na América Latina." Um porta-voz da Telefónica não quis comentar sobre as opções da empresa em seu investimento na Telecom Italia.

A Telecom Italia - na qual a Telefónica tem uma participação indireta de 10,5 por cento por meio de sua participação de 46 por cento na holding Telco, formada pelos investidores italianos Mediobanca, Intesa Sanpaolo e Generali - até agora não fez nenhum comentário direto sobre a posição da Telefónica.

O presidente da Telecom Italia, Franco Bernabè, disse na sexta-feira apenas que ele tem preferência que qualquer novo investidor seja do setor e que tenha uma visão para a empresa.

O investidor na Telecom Italia Marco Fossati, pediu na semana passada para a Telefónica decidir o que fazer com a sua participação no grupo italiano e disse que era o momento certo para a empresa aderir a uma onda de consolidação.

O setor foi agitado desde que a norte-americana Verizon Communications anunciou recentemente que comprará por 130 bilhões de dólares a participação da europeia Vodafone na parceria Verizon Wireless que mantinham anteriormente nos Estados Unidos.

A Telefónica tem focado em reduzir sua dívida para cerca de 50 bilhões de euros, criada após uma longa série de aquisições, e injetar mais dinheiro na Telecom Italia arriscaria sua classificação de crédito.

A avaliação de alguns participantes do mercado é que uma fusão da Telefónica com a Telecom Italia é improvável. "Se não houve uma fusão entre elas até agora, é porque a Telefónica não quer", disse uma fonte próxima do pensamento do grupo espanhol.

O conselho de administração da Telecom Italia se reúne em 19 de setembro para debater como impulsionar o desenvolvimento da companhia, incluindo a possível mudança na estrutura de acionistas. Para a Telefónica, uma saída agora seria dolorosa. A empresa espanhola investiu 2,7 bilhões de euros pela participação que atualmente vale 830 milhões.

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