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Telecom Italia será investigada por abuso no setor de banda larga

A Telecom Italia está em conflito com o governo italiano sobre a implementação de banda larga ultrarrápida nas chamadas áreas não viáveis economicamente

Telecom Italia: o órgão regulador disse que vai avaliar se a Telecom Italia tentou obstruir o processo (Alessandro Bianchi/Reuters)

Telecom Italia: o órgão regulador disse que vai avaliar se a Telecom Italia tentou obstruir o processo (Alessandro Bianchi/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2017 às 17h40.

Milão - O órgão de defesa da concorrência da Itália lançou uma investigação contra a Telecom Italia por possível abuso durante a implementação de banda larga ultrarrápida em áreas rurais e de baixa densidade populacional do país, disse a entidade nesta terça-feira.

A Telecom Italia está em conflito com o governo italiano sobre a implementação de banda larga ultrarrápida nas chamadas áreas não viáveis economicamente, desde que Roma acusou a operadora de comprometer licitações estatais nas mesmas regiões.

Em comunicado, a empresa italiana disse que "agiu em concordância com regras da implementação de banda larga ultrarrápida e vai provar isso pelos canais apropriados."

O órgão regulador disse que vai avaliar se a Telecom Italia tentou obstruir o processo, inclusive mudando seus planos de investimentos nas áreas e apelando contra as ofertas.

O órgão também está investigando se a Telecom Italia tentou capturar clientes antecipadamente nessas áreas, usando práticas comerciais anticoncorrenciais, travando os clientes em contratos de longo prazo e aplicando preços que operadoras alternativas não conseguem praticar.

A Telecom Italia, antiga empresa de telefonia monopolista estatal, inicialmente havia dito que não iria investir em áreas onde não poderia garantir um retorno sobre seu investimento, forçando Roma a intervir para cumprir a promessa de conectar todos os italianos à internet e dar um impulso rápido à economia estagnada.

Mas, em março, o grupo de telecomunicações, cujo principal acionista é a gigante da mídia francesa Vivendi, disse que iria investir seu próprio dinheiro no desenvolvimento de uma rede em algumas dessas áreas, argumentando que o mercado mudou e que justificaria o investimento.

Essa decisão ocorreu depois que a empresa perdeu a primeira rodada de licitação para a Open Fiber (OF), uma unidade de banda larga de propriedade da empresa de energia elétrica Enel e do banco estatal CDP.

O desenvolvimento da internet ultrarrápida é uma prioridade para o governo, que no ano passado recorreu a Enel para ajudar a reduzir a divisão digital entre a Itália e o resto da Europa, depois de argumentar que a Telecom Italia estava atrasando os planos.

As duas empresas estão desde então envolvidas em uma corrida para lançar suas redes em toda a Itália, em uma competição que, segundo especialistas, poderia levar a uma guerra mutuamente prejudicial, onde ambos perdem dinheiro e a infraestrutura é duplicada.

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