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Telecom Italia busca autorização para fazer negócio com a Oi

A empresa planeja pedir apoio de seus diretores para explorar uma potencial transação entre a TIM e a Oi, segundo fontes


	Loja da Oi: a Telecom Italia também quer que o BNDES participe da transação
 (Pedro Zambarda/EXAME.com)

Loja da Oi: a Telecom Italia também quer que o BNDES participe da transação (Pedro Zambarda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 13h38.

Milão - A Telecom Italia SpA planeja pedir apoio de seus diretores, hoje, para explorar uma potencial transação entre sua unidade brasileira de telefonia celular, a TIM Participações SA, e a Oi SA, uma concorrente menor dela, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

Em uma reunião do conselho programada em Roma, o CEO Marco Patuano pretende buscar autorização para analisar as opções estratégicas da Telecom Italia no Brasil em um momento de aquecimento da consolidação do mercado, disseram as fontes, pedindo anonimato porque as deliberações são confidenciais.

As condições para qualquer negócio com a TIM, segunda a maior empresa de telefonia celular do Brasil, na qual a Telecom Italia detém 67 por cento de participação, inclui acesso à contabilidade financeira da Oi e uma participação controladora da TIM em uma entidade maior, disseram as fontes. A Telecom Italia também quer que o BNDES participe da transação, disseram três fontes.

A TIM tem um valor de mercado de cerca de US$ 12 bilhões. A Oi, que está em quarto lugar no Brasil em clientes de telefonia celular, tem uma capitalização de mercado de US$ 4,8 bilhões e mais de US$ 18 bilhões em dívidas.

A Oi, a maior provedora de telefonia fixa do país, está desinvestindo ativos para juntar recursos para uma possível proposta pela TIM.

Representantes da Telecom Italia, que tem sede em Milão, e da Oi, com sede no Rio de Janeiro, preferiram não comentar.

‘Sem preconceito’

As ações da Telecom Italia caíram 1,5 por cento, para 89 centavos de euro, em Milão, ontem. O mercado de ações do Brasil não funcionou ontem devido a um feriado.

Nas últimas semanas, comentários de executivos da Telecom Italia e da Oi mostraram que as empresas podem estar dispostas a negociar uma fusão no Brasil. Bayard Gontijo, CEO interino da Oi, quando questionado na semana passada se a Oi poderia se combinar com a TIM, disse que seu “objetivo é criar valor para o acionista” e que ele “não tem nenhum preconceito em relação a como isso ocorrerá”.

No início deste mês, Patuano disse que embora a manutenção dos negócios brasileiros continue sendo a opção preferida, a operadora estudaria “qualquer boa oportunidade” no país.

Patuano está focado em aumentar a receita e a lucratividade no Brasil, segundo maior mercado da empresa, depois que a ex-acionista Telefónica SA superou a Telecom Italia e adquiriu a GVT, unidade brasileira de banda larga da Vivendi SA, por cerca de 7 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões).

“O mercado de internet e telefonia do Brasil é como uma mesa cheia de guloseimas, com possibilidades extremamente interessantes de crescimento”, disse Andrea Rangone, professor de estratégia de negócio no Politécnico de Milão.

“Após perder a guerra de propostas pela GVT, a Telecom Italia ainda está disposta a fortalecer sua posição no país. A Oi pode ser uma candidata natural”.

Oferta pela Metroweb

A TIM e a Oi combinadas teriam 126 milhões de clientes, ou cerca de 45 por cento do mercado de telefonia celular do Brasil, superando a líder de mercado Telefônica Brasil SA, que opera a marca Vivo, segundo informações de setembro compiladas pela reguladora Anatel.

“É preciso esperar que o conselho confirme que o Brasil é o nosso principal mercado e que estamos dispostos a investir em infraestrutura também”, disse Patuano, nesta semana, em entrevista, em Roma.

Em uma conferência com investidores, ontem em Barcelona, o diretor financeiro da Telefónica, Angel Vila, disse que a empresa espanhola está preparada para participar de uma maior consolidação no Brasil.

Os diretores da Telecom Italia também planejam discutir hoje o interesse da empresa em realizar uma oferta por uma participação controladora na operadora de fibra ótica Metroweb SpA, disseram fontes familiarizadas com o assunto.

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