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TAM planeja levantar até R$ 1,27 bi com IPO do Multiplus

Ações do programa de fidelidade começam a circular na BM&FBovespa no dia 5 de fevereiro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

A TAM, maior companhia aérea brasileira, planeja levantar até 1,27 bilhões de reais com a oferta inicial de ações do programa de fidelidade Multiplus. Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa informou que vai vender 39,3 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) e que a oferta poderá ser acrescida de um lote suplementar de 5,9 milhões de papéis e de outro lote adicional de 7,8 milhões.

Os bancos coordenadores da oferta (BTG Pactual, Credit Suisse e BB Investimentos) preveem que cada ação deverá ser negociada por entre 18 e 24 reais - o preço final será estabelecido no dia 3 de fevereiro após a coleta das intenções de investimento (bookbuilding). As ações começam a circular na BM&FBovespa no dia 5. Os investidores de varejo poderão comprar entre 3.000 e 300.000 reais em ações do Multiplus. O período de reserva vai de 26 de janeiro a 3 de fevereiro. Se a demanda superar a oferta, haverá rateio entre as pessoa físicas que tiverem reservado papéis.

Ao promover a abertura de capital da Multiplus, a TAM dá os primeiros passos para deixar de ser apenas uma companhia aérea. O plano da família Amaro, controladora da TAM, é apostar em novos negócios. Depois do Multiplus, o próximo candidato ao IPO é o Centro de Manutenção de São Carlos (SP), que seria transformado em uma nova empresa para ir a mercado. Em paralelo, os Amaro também desejam participar da operação de aeroportos se o governo decidir privatizá-los.

A TAM. foi a pioneira dos programas de milhagem no Brasil, ao lançar o seu em 1994. A primeira vez em que a empresa cogitou transformá-lo em um negócio com vida própria foi em 2005. Naquele ano, os executivos da companhia foram a campo para promover o roadshow de abertura de capital da própria TAM. Nos encontros, os investidores estrangeiros indagavam se a aérea seguiria os passos da Air Canada. Em 1984, a canadense havia lançado o seu programa de fidelidade, o Aeroplan. Dezoito anos depois, a Aeroplan tornou-se uma companhia independente. Com uma política de aquisições agressiva, a empresa diversificou seu portfólio e se transformou em uma gestora de programas de fidelidade no Canadá, Inglaterra e Golfo Pérsico, em áreas que vão de bens de consumo a serviços financeiros. A Aeroplan realizou seu IPO em 2005 e hoje tem cerca de 5 milhões de clientes e 69% das ações em circulação.

A direção da TAM gostou da idéia, mas avaliou que, na época, seu programa de fidelidade ainda não tinha porte suficiente para se tornar uma empresa autônoma. Em 2005, por exemplo, a empresa faturou 85 milhões de reais com o programa TAM Fidelidade - o antecessor do Multiplus, lançado em maio deste ano. "Era preciso encorpar o programa", afirma uma fonte que acompanha de perto a empresa. A paciência deu resultado. Com o avanço do mercado brasileiro de aviação, a expansão da TAM em rotas internacionais e o maior número de parcerias, o TAM Fidelidade encerrou 2008 com uma receita de 528 milhões de reais. O crescimento continua neste ano. Até o terceiro trimestre - últimos dados disponíveis - a receita gerada pelo Cartão Fidelidade é de 522,330 milhões de reais, o que representa um salto de 55% sobre o mesmo período do ano passado.

Novo tripulante

O Multiplus nasceu como uma divisão da TAM para programas de fidelidade. Mas, desde a sua criação, a diretoria da empresa admitia que a unidade de negócios fora concebida para andar sozinha quando fosse o momento oportuno. A gestão do Multiplus já era, na prática, tocada como uma empresa autônoma. A TAM aguardava apenas o melhor momento para levá-la a mercado.

Embora as raízes do projeto datem de quatro anos atrás, quem conhece intimamente a TAM afirma que o IPO da Multiplus é o primeiro fruto concreto da parceria entre a família Amaro e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Esteves foi contratado pela família em meados do ano para assessorar na gestão do portfólio de investimentos da família. Sendo a TAM a parte mais importante do patrimônio dos Amaro, o contrato já estabelecia que Esteves também participaria do conselho da aérea.

Foi assim que Esteves assumiu um assento na empresa. Trazê-lo para a TAM era estratégico para os Amaro. "Esteves é muito bem relacionado e será o responsável por atrair investidores para os outros projetos da família", afirma uma fonte bastante próxima da companhia. Não é por acaso que o líder do IPO da Multiplus é o BTG Pactual. O principal parceiro de Esteves no conselho da TAM é o seu ex-presidente, Marcos Bologna. Enquanto Esteves contribui com a sua visão de financista, Bologna oferece sua experiência como operador de uma empresa aérea - além de também falar a língua do mercado, já que foi o responsável pela abertura de capital da TAM.
 

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