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TAM e LAN se juntam para formar gigante de fôlego duvidoso

As duas empresas terão o desafio de defender essa posição enquanto o Brasil se torna o país com pior desempenho econômico entre as nações latino-americanas

Airbus 318, da companhia LAN (Divulgação/Facebook)

Airbus 318, da companhia LAN (Divulgação/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2013 às 17h47.

São Paulo/Santiago - A compra da TAM SA pela LAN Airlines SA dá origem à mais valiosa companhia aérea do mundo e líder no mercado brasileiro. Agora as duas terão o desafio de defender essa posição enquanto o Brasil se torna o país com pior desempenho econômico entre as nações latino-americanas.

A LAN e a TAM, com sedes em Santiago e São Paulo, respectivamente, terão que combinar duas culturas corporativas diferentes. Outro desafio é enfrentar a desaceleração no crescimento brasileiro, que ficou abaixo do registrado pelo Japão, ao mesmo tempo em que buscam concretizar economias estimadas em até US$ 700 milhões. Com a operação, a LAN poderá ter que reduzir dividendos para manter seu grau de investimento, segundo o ING Groep NV e o Larrain Vial SA.

A oferta pela qual acionistas da TAM participando da operação receberão 0,9 papel da LAN para cada um da companhia brasileira se encerrou ontem com 94,4 por cento das ações trocadas, segundo comunicado das empresas hoje. Como o total ficou abaixo de 95 por cento, o que não permite que a TAM compre o restante, a oferta foi estendida por dez dias e será concluída em 22 de junho.

O valor da aquisição disparou 24 por cento, para US$ 3,5 bilhões nos quase dois anos desde que foi anunciada. No mesmo período, o Ibovespa e um índice global de ações de companhias aéreas despencaram 28 por cento e 27 por cento em dólares, respectivamente. Juntas, LAN e TAM superam em valor de mercado a Air China Ltd., ainda que se transformem apenas na 16ª maior em termos de tráfego de passageiros, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“Eles colocaram suas expectativas muito lá em cima”, disse Pedro Balcão-Reis, analista do Banco Santander Brasil SA, unidade brasileira do maior banco da Espanha, em entrevista por telefone de São Paulo em 6 de junho. “Vai ser muito difícil para eles entregarem o que esperam. O mercado parece estar excessivamente benevolente em relação a eles.”

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