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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
A TAM começou a operar nesta quinta-feira(4/3) voos comerciais regulares entre Congonhas e o aeroporto de Comandatuba, em Una, litoral sul da Bahia. Mais do que apenas um novo capítulo da história recente da expansão do serviço aéreo, o evento veio carregado de simbolismo. Trata-se da primeira e única operação da TAM em um aeroporto privado do país. Construído para atender hóspedes de um resort da rede Transamérica, o aeroporto de Comandatuba recebia, até pouco tempo, apenas voos fretados e de táxi aéreo. A 40 quilômetros dali, no aeroporto Jorge Amado, administrado pela Infraero na cidade de Ilhéus, a notícia foi recebida com pouco entusiasmo. Há meses, circula o rumor de que o Jorge Amado, um dos três aeroportos mais perigosos do país, com problemas na pista e equipamentos precários, pode perder voos para o aeroporto privado vizinho. Enquanto Comandatuba possui infraestrutura de ponta, Ilhéus está impedido de operar por instrumentos há mais de um ano. Os pousos só ocorrem se houver contato visual com a pista.
O caso de Ilhéus está longe de ser uma exceção. Trata-se de mais um exemplo de aeroporto público com graves problemas de gestão e infraestrutura - e que mantêm o país sob constante ameaça de apagão aéreo. Dos 67 aeroportos adminstrados pela Infraero, estima-se que apenas 11 operem com lucro. A situação não é muito diferente nos outros 670 aeroportos públicos brasileiros. Em abril, o governo promete finalmente apresentar o marco regulatório que define regras para a concessão de aeroportos à iniciativa privada. Em todo o país, apenas 17 aeroportos públicos, todos de pequeno porte, são administrados de alguma forma por empresas.