Negócios

Suzano deve vender parcela em usina até fim de 2011

Empresa deve decidir até dezembro sobre venda de participação que a companhia detém no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar

As duas usinas do complexo de Amador Aguiar, com 450 MW, têm também como sócios a Vale, Cemig e Grupo Votorantim (Germano Lüders/EXAME)

As duas usinas do complexo de Amador Aguiar, com 450 MW, têm também como sócios a Vale, Cemig e Grupo Votorantim (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 13h24.

São Paulo - A Suzano Papel e Celulose deve decidir até dezembro sobre venda de participação que a companhia detém no complexo hidrelétrico de Amador Aguiar, no rio Araguari (MG), como forma de reduzir a alavancagem da companhia.

A produtora de papel e celulose possui 17 por cento no empreendimento, o que corresponde a 51 megawatts (MW) médios de energia assegurada, segundo o presidente Antonio Maciel Neto.

"A Suzano usa entre 40 e 50 MW para rodar suas máquinas. Essa usina faz um hedge perfeito", afirmou o executivo a jornalistas nesta sexta-feira.

Maciel explicou ainda que a unidade de Imperatriz (MA), cujo início das operações está previsto para 2013, produzirá 100 MW de energia, por meio de cogeração, o que resultaria em um excedente de energia.

Entre a possível venda da participação e o início da entrada em operação da fábrica do Maranhão a Suzano teria então que adquirir energia no mercado.

As duas usinas do complexo de Amador Aguiar, com 450 MW, têm também como sócios a Vale, Cemig e Grupo Votorantim.

"Os sócios têm direito de preferência", disse Maciel, sem divulgar o valor que poderia ser obtido com a venda da participação.

No início de 2012, a companhia deve decidir também sobre a possível entrada de sócios no capital da Suzano Energia Renovável e sobre a venda de terrenos que a empresa detém no Estado de São Paulo, em uma região próxima ao município de Ribeirão Preto.

Além disso, ao longo de 2012 a empresa também decidirá acerca de uma eventual entrada de um sócio minoritário nos projetos de expansão em celulose da companhia, que consiste na fábrica maranhense, uma segunda no Piauí e uma terceira em local ainda não definido.

A Suzano fechou o terceiro trimestre com prejuízo líquido de 425,5 milhões de reais, ante lucro de 272,85 milhões de reais no mesmo período de 2011. O resultado ficou pouco abaixo da média de quatro analistas consultados pela Reuters, que apontava perda de 458,8 milhões de reais.

Em 30 de setembro, a Suzano registrava dívida líquida de 5,291 bilhões de reais, crescimento de 37,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 26,1 por cento ante o segundo trimestre, por conta da variação cambial, visto que cerca de 50 por cento da dívida da empresa é em moeda estrangeira.

A relação entre dívida líquida e Ebitda, por sua vez, ficou em 4,2 vezes, acima da meta da própria companhia de 3,5 vezes.

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