Suzano: "É um sonho que nós estamos tirando do papel" (Germano Luders/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de março de 2018 às 16h24.
São Paulo - O presidente da Suzano, Walter Schalka, apresentou nesta sexta-feira, 16, os números da combinação de sua empresa com a Fibria, adquirida hoje, e disse que as sinergias entre elas serão "muito expressivas", entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões.
"É um sonho que nós estamos tirando do papel. É um sonho que não ficou só no papel e que estamos ampliando a outros setores. Vamos fazer dessa empresa uma empresa vitoriosa", comentou o executivo em apresentação do negócio a investidores e jornalistas.
A nova empresa será a quinta maior companhia não financeira do País, sendo a maior no agronegócio no Brasil, com R$ 83 bilhões em enterprise Value. Da operação, surge uma gigante global do setor de celulose, com R$ 18 bilhões só em exportações, 37 mil funcionários - entre diretos e terceirizados - e R$ 6,4 bilhões em investimentos previstos para este ano.
A nova companhia, disse Schalka, está presente em todos os continentes, com vendas a mais de 90 países, 11 unidades industriais e uma capacidade anual conjunta de 11 milhões de toneladas em celulose e 1,4 milhão de toneladas na produção de papel.
"É umacompetitividade difícil de ser replicada. A conjugação dessas duas empresas cria difícil replicabilidade para o futuro", afirmou o executivo.
Marcelo Bacci, diretor financeiro da Suzano Papel e Celulose, afirmou durante coletiva com jornalistas que a política de endividamento da companhia está mantida e não será comprometida pelo acordo fechado com a Fibria. A operação, segundo ele, traz uma dívida de R$ 29 bilhões, mas ao mesmo tempo a Suzano vai incorporar toda a geração de caixa da Fibria, aumentando a criação de valor aos acionistas de R$ 3,20 para R$ 4,59.
Segundo o executivo, a companhia terá alguns momentos importantes nos próximos meses. O primeiro deles será obter os registros da Suzano e da nova empresa na SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) para entrar no mercado de ADRs.
Segundo o executivo, a combinação das duas empresas deve gerar sinergias a valor presente entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. O montante, segundo ele, exclui sinergias tributárias, que devem ser relevantes.
"Mesmo trabalhando em um cenário com a celulose a US$ 600 a tonelada, hoje negociamos a US$ 728, vemos nossa alavancagem em 3,5 vezes, patamar que ainda consideramos saudável".