Brown, ex-premiê britânico: empresa de Murdoch também teria espionado a família real (Divulgação/FMI)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 12h36.
Londres - O jornal "The Sunday Times", do grupo de Rupert Murdoch, tentou espionar Gordon Brown quando ele era primeiro-ministro do Reino Unido, assegurou nesta segunda-feira a emissora britânica "BBC".
Uma investigação da cadeia pública assinala que o jornal do grupo News International tentou obter informação pessoal de Brown, como documentos e um histórico de suas ligações telefônicas, na busca de seus dados financeiros.
Jornalistas de "The Sunday Times" tentaram acessar as mensagens de voz, conta bancária e histórico médico da família de Brown, aponta.
Ainda se investiga se a informação que Brown tenha comprado uma propriedade de Robert Maxwell, que foi publicada em primeira página, foi obtida depois que um funcionário do "The Sunday Times" conseguisse em 2000 detalhes bancários do ex-primeiro-ministro do Reino Unido.
Esta nova revelação se produz em plena crise pelas escutas telefônicas de outro dominical do grupo Murdoch, "The News of the World", que foi fechado no domingo após o escândalo que ameaça atingir o Governo britânico.
As escutas dessa publicação foram realizadas em grande parte pelo detetive Glenn Mulcaire, que, segundo o jornal "The Guardian", teve como alvo o príncipe Charles da Inglaterra e sua esposa Camilla.
De acordo com "The Guardian", o tabloide tentou espionar 10 membros da Família Real britânica.
A "BBC" anunciou nesta segunda-feira que em 2007 o jornal teria pago um agente da segurança da Família Real para obter os telefones de contato de membros da monarquia e de seus amigos.
O escândalo do "News of the World" explodiu em 2006 quando anunciaram que alguns jornalistas recorriam supostamente a grampos para interceptar comunicações de famosos, com mensagens em caixas do correio de voz de telefones celulares.
Entre outros, foram grampeados os telefones da atriz Sienna Miller, do ex-vice-primeiro-ministro John Prescott e do príncipe William.
Na sexta-feira passada este caso adquiriu novas dimensões com a detenção do ex-diretor do "News of the World" Andy Coulson, ex-porta-voz do primeiro-ministro, apesar de ter sido posto em liberdade pagando uma fiança após depor em uma delegacia de Londres.