STONE: o volume total de pagamentos processados em sua plataforma deve ter somado 29,8 bilhões de reais, conforme estimativa da empresa, um acréscimo de 60,6% na comparação ano a ano / (Divulgação/stone) (Stone/Divulgação)
Lucas Amorim
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 18h44.
Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 05h58.
A processadora de pagamentos Stone anunciou no final da tarde desta terça-feira, 11, a compra da fabricante de software de gestão para o varejo Linx por 6,045 bilhões de reais – 90% em dinheiro e 10% em ações.
Logo depois de divulgar a aquisição da Linx, a Stone lançou uma oferta para vender 1 bilhão de dólares (5,38 bilhões de reais) em novas ações, dizendo que os recursos serão usados para pagar pela Linx, quitar taxas e despesas relacionadas ao negócio e para custear outros gastos gerais de operação.
As ações das duas empresas dispararam na bolsa de valores no início da tarde, depois que a Linx divulgou um comunicado ao mercado financeiro dizendo que as negociações estavam na fase final. O papel da Linx subiu 22,1% no fechamento da bolsa brasileira B3, vendido a 32,80 reais, enquanto o Ibovespa recuou 1,2%. O da Stone avançou 11%, para 52,39 dólares, na bolsa americana Nasdaq, que caiu 1,69%.
Até ontem, o valor de mercado da Linx era de 3,8 bilhões de reais. Os fundadores detêm 14,3% das ações da fabricante de software, enquanto o GIC, fundo soberano de Singapura, tem 10% e o fundo de investimento americano Genesis Asset Managers, 5,4%. Cerca de 53% estão em circulação na bolsa.
A Stone valia até ontem 13,1 bilhões de dólares. Seu balanço referente ao segundo trimestre do ano, cuja divulgação foi antecipada para hoje devido à compra da Linx, aponta que a empresa teve receita de 667,4 milhões de reais no período, uma alta de 13,8% em relação ao mesmo intervalo de 2019, mas o lucro caiu 22,5%, para 150,3 milhões de reais. A base de clientes ativos cresceu 48,6%, para 519.400.
“A Stone nasceu há oito anos com um propósito muito forte de ajudar empreendedores brasileiros a prosperar por meio da oferta de produtos inovadores e um serviço excepcional, feito por um time extremamente talentoso que sempre coloca os nossos clientes em primeiro lugar, ajudando o empresário brasileiro a transformar seus sonhos em resultados. Estamos muito felizes de juntar esforços com a Linx nessa jornada de transformar o varejo no Brasil”, disse Thiago Piau, presidente da Stone, em comunicado à imprensa sobre a transação.
Segundo o comunicado sobre a aquisição da Linx, uma nova frente de negócio será criada a partir da integração da fabricante ao atual portfólio de investimentos em software da Stone. "Para aconselhar as definições estratégicas e ajudar na construção dessa futura nova fase das duas companhias, será formado um conselho consultivo liderado por Alberto Menache, atual presidente da Linx", disse o documento.
A aquisição depende, ainda, da aprovação dos órgãos regulatórios do mercado financeiro nos Estados Unidos, onde a ação da Stone é negociada, e do Brasil. Caso a transação por algum motivo não seja efetivada, os recursos obtidos com a venda de ações serão usados pela Stone nas suas operações regulares.