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Stefanini compra Safeway e avança no mercado de cibersegurança

Em 2022, a unidade de negócios faturou globalmente 100 milhões de reais. Para 2023, a empresa projeta crescimento de 50%

Marco Stefanini, da Stefanini: a tese da cibersegurança é uma das principais no grupo (Stefanini/Divulgação)

Marco Stefanini, da Stefanini: a tese da cibersegurança é uma das principais no grupo (Stefanini/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de março de 2023 às 00h01.

Última atualização em 10 de março de 2023 às 10h44.

A Stefanini reforçou a aposta em cibersegurança e adquiriu a Safeway, uma empresa de segurança da informação criada em 2007 em São Paulo.

O novo negócio vai complementar a oferta de serviços da multinacional de tecnologia brasileira no setor. A empresa se une às outras duas compõem a tese de investimento em cibersegurança.

A área começou a ser desenhada em 2016, quando o grupo uma formou joint-venture com a israelense Rafael, especializada em segurança militar, para criar a Stefanini Rafael. Quatro anos depois, uma nova movimentação, a aquisição da Cyber Smart Defense, da Romênia.

Em 2022, a unidade de negócios faturou globalmente 100 milhões de reais dos R$ 6,2 bilhões registrados pelo grupo, composto por mais de 30 empresas que oferecem tecnologias como soluções bancárias, análise de dados, consultoria de TI, inteligência artificial, indústria 4.0 e marketing digital.

Como a empresa pretende crescer no setor

Apesar de representar uma fatia do negócio, a cibersegurança é uma das grandes apostas da companhia, segundo Marco Stefanini, fundador e CEO do grupo.

“O nosso sonho é grande, nós temos um objetivo muito maior. É uma tese que entendemos como uma das principais do grupo Stefanini. É estratégica e certamente essa compra é uma entre as aquisições que nós vamos fazer, além de investimentos próprios internos”, afirma.

A Stefanini teve grandes números para mostrar nos últimos anos:

  • Anualmente, o grupo tem reservado em torno de R$ 500 milhões para fazer novas movimentações.
  • Para este ano, a empresa trabalha com uma projeção de o núcleo crescer 50%, encerrando os doze meses com R$ 150 milhões, ritmo que deve manter nos próximos quatro anos.
  • Para comparação, o grupo tem crescido a taxas anuais entre 20% e 30%. No último ano, fechou com 25%.

Os investimentos são uma resposta à demanda do mercado por soluções que possam conter ataques cibernéticos. “Segurança cibernética está entre as três maiores preocupações da CEO das empresas”, diz Stefanini.

Um recente estudo da McKinsey revelou que os danos provocados globalmente por ataques podem chegar a US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025 — alta de 300% na comparação com os números de 2015.

Por outro lado, à medida que os criminosos avançam, as empresas de tecnologia têm que criar recursos para proteger as operações dos clientes.

O mercado é estimado em US$ 2 trilhões – atualmente, os gastos em segurança cibernética giram em torno de US$ 250 bilhões.

Como a Safeway vai agregar à operação

A entrada da Safeway agrega de cara 200 clientes ao ecossistema da Stefanini. Entre eles, alguns dos maiores bancos e seguradoras do país.

Hoje, a empresa monitora 35.000 ativos em seu Centro de Operações de Segurança (SOC, em inglês), espaço de gerenciamento de redes e identificação de possíveis vulnerabilidades.

A chegada da companhia também incrementa o portfolio de produtos do grupo, que passa a contar com soluções como consultoria em governança, risco e compliance e ainda atendimento à LGPD e GDPR, a par europeia da regulamentação sobre dados.

A tech foi fundada por Umberto Rosti, atual CEO da operação e que permanecerá à frente do negócio. O valor da transação não foi aberto.

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