Funcionário da Statoil em uma plataforma de gás da companhia no Mar do Norte, perto de Bergen, Noruega (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2013 às 16h14.
Oslo - A Statoil, uma das mais bem sucedidas exploradoras de petróleo dos últimos anos, vê a exploração petrolífera na Angola e o xisto russo como as próximas grandes apostas da indústria, e considera o óleo de xisto dos EUA supervalorizado, disse o chefe de explorações da empresa, Tim Dodson.
A companhia, que ampliou suas operações da sua base tradicional do Mar do Norte para todos os continentes ao longo da última década, também espera gastar pesadamente na exploração no Brasil, na Tanzânia e em Artic Barents, possivelmente mantendo seu orçamento de exploração em altas recorde, disse Dodson à Reuters em uma entrevista.
A Statoil, um importante produtor marítimo, precisa de novas descobertas, uma vez que tem como objetivo elevar sua produção em um quarto para mais de 2,5 milhões de barris por dia nesta década, e diversificar seu portfólio, ainda dominado por ativos no Mar do Norte.
"Estou muito animado com a oportunidade russa (de xisto)", disse Dodson. "Há uma enorme, enorme possibilidade de ganho se ele funciona", disse ele, referindo-se ao acordo preliminar firmado pela empresa com a russa Rosneft em junho para a exploração de xisto na região de Samara, na bacia do Volga-Ural da Sibéria ocidental.
A petroleira vai continuar a perfurar fortemente no próximo ano no Brasil, onde é o segundo maior produtor depois da Petrobras.
Também vai perfurar em Artic Barents, não muito longe de sua descoberta na Tanzânia, Johan Castberg, onde planeja uma instalação de 10 bilhões de dólares de Gás Natural Liquefeito (GNL).
O potencial do óleo de xisto da Rússia ainda não está totalmente mapeado, mas a formação Bazhenov na Sibéria já é considerada uma das maiores, e a ExxonMobil se juntou à Rosneft neste ano para começar a perfurar.
A Statoil renovou suas estratégias de exploração no início de 2011, aumentando os gastos, se arriscando mais e colocando Dodson no comando de uma divisão que vinha enfrentando dificuldades, mesmo em seu próprio território.
A jogada acabou dando certo. A taxa de reposição de reservas da empresa, que compara o volume de petróleo encontrado com a produção, saltou para 117 por cento em 2011 e 110 por cento em 2012 ante 73 por cento em 2009 e 87 por cento em 2010.
Isso coloca a empresa bem à frente da proporção de 85 por cento da Royal Dutch Shell e dos 77 por cento observados pela BP no ano passado, e fica em linha com os 112 por cento da Chevron.
Sua próxima grande aposta provavelmente será a costa oeste a Angola, na África, onde garantiu vários blocos e planeja começar a perfurar no próximo ano.
"O grande ponto de interrogação e a grande esperança é a Angola", disse Dodson. "Mas haverá um alto risco, não é um fato que o pré-sal (formação) na Bacia do Kwanza, na Angola, vai funcionar. Eu acho que sim." A Angola é atraente, com geologia semelhante à do Brasil, uma vez que faziam parte da mesma bacia antes dos dois continentes se distanciarem.