Negócios

Startup usa IA para reduzir desperdício de alimentos

Tecnologia permite remarcações de preços no varejo analisando um conjunto de dados, e estabelece preços mais baixos para produtos próximos do vencimento

Os supermercados brasileiros desperdiçam o equivalente a cerca de R$ 7,6 bilhões por ano em frutas, legumes, verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue, segundo a Abras.

Os supermercados brasileiros desperdiçam o equivalente a cerca de R$ 7,6 bilhões por ano em frutas, legumes, verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue, segundo a Abras.

EXAME Solutions
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 2 de maio de 2024 às 10h53.

Todos nós, vez ou outra, acabamos jogando algum alimento fora. Já aconteceu por aí? Uma fruta, verdura, laticínio ou carne que acabou não sendo consumido dentro do prazo e, estragou. Lixo.

O desperdício de alimentos é um problema global. Por ano, em média, cada mulher, homem e criança joga fora 73 quilos de comida – ao mesmo tempo em que 2 milhões de pessoas no mundo passam fome ou sofrem de desnutrição. No total, são 1,3 bilhão de toneladas de comida que vão para o lixo anualmente, segundo dados apresentados pelo Fórum Econômico Mundial.

E esse é apenas parte do desperdício. Os supermercados brasileiros desperdiçam o equivalente a cerca de R$ 7,6 bilhões por ano em frutas, legumes, verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Estima-se que em casa, 10% da comida vá para o lixo. Nos supermercados, essa perda pode chegar a 50%. Há ainda o desperdício em transporte e armazenamento, onde o índice fica em 30%.

Diante disso, a startup Wasteless, que tem sede em Israel e na Holanda, decidiu agir. A empresa usa inteligência artificial para oferecer aos varejistas preços dinâmicos, em vez de fixos, para produtos alimentícios perecíveis.

A ideia é simples, como explica o cofundador e CEO da startup Oded Omer: “Não faz sentido ir ao supermercado e pagar o mesmo preço por um queijo que vai vencer em dois ou sete dias”.

Ele argumenta que os clientes podem ser incentivados a consumir alimentos que estão mais próximos da data de validade reduzindo seus preços.

Um varejista espanhol realizou um piloto com a Wasteless e informou uma redução de quase um terço (32,7%) no desperdício total de alimentos. A startup afirma que seus algoritmos de aprendizado de máquina estão em constante desenvolvimento e seguem no caminho para atingir uma redução de 80% no desperdício de alimentos.

Fundada em 2016, a Wasteless conta com o apoio da plataforma de crowdsourcing UpLink do Fórum Econômico Mundial. Seu negócio está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU de acabar com a fome. Até 2030, a meta é diminuir pela metade o desperdício de alimentos.

A grande diferença entre as remarcações de preço propostas pela Wasteless e as que já são feitas atualmente nos supermercados é a tecnologia de IA e aprendizado de máquina, que adota remarcações “instruídas” e dinâmicas com base em um status de prateleira atualizado do estoque. Nesse caso, as remarcações são otimizadas e ajustadas empregando uma estrutura de machine learning que pode processar um conjunto grande e flexível de matrizes variáveis, como vendas, status de prateleira, datas de vencimento, preços dos concorrentes, demanda, tempo, tráfego, localização, taxas de conversão, metas de vendas e outros fatores internos e externos.

Claro que dados importantes podem nem sempre estar disponíveis ou podem muitas vezes ser “ruidosos”. Nesse sentido, a tecnologia desenvolvida pela startup estabelece uma estrutura algorítmica robusta para lidar com essas discrepâncias de dados e manter descontos otimizados.

Acompanhe tudo sobre:Alimentando o Planetabranded-content

Mais de Negócios

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação

A ALLOS é pioneira em sustentabilidade de shoppings no Brasil

Os segredos da Electrolux para conquistar a preferência dos brasileiros há quase um século

Você já usou algo desta empresa gaúcha que faz R$ 690 milhões — mas nunca ouviu falar dela