Felipe Christo Santiago e Igor D’Azevedo, da Inklo: queremos chegar em dezembro deste ano originando R$ 4,5 milhões por mês (Inklo/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 2 de agosto de 2023 às 08h01.
Última atualização em 3 de agosto de 2023 às 16h34.
O Brasil figura na lista de países com o maior número de procedimentos estéticos, invasivos ou não. No último levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, em inglês), apareceu em segundo lugar, só atrás dos Estados Unidos, na realização de ações não cirúrgicas.
Apesar da colocação, o acesso ainda não está democratizado e há muito espaço para o crescimento do mercado. Essa foi a tese para a criação da Inklo, uma startup mineira de Belo Horizonte lançada em meados do ano passado para facilitar o crédito a quem pretende realizar procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, e está com a grana curta.
A empresa completou nos últimos dias a rodada pre-seed, com um total de R$3,5 milhões no bolso. A captação foi dividida em dois momentos: em novembro de 2022, a Inklo obteve R$ 1,5 milhão e agora mais R$2 milhões, apoiada por investidores-anjos. “Nós optamos por investimentos anjo e pela premissa de smart money, com os investidores contribuindo seja em tecnologia, finanças ou em saúde”, afirma Igor D’Azevedo, co-fundador e CEO da operação.
O negócio nasceu de conversas entre o executivo, oriundo do mercado financeiro, o amigo Felipe Christo Santiago, ex-gerente de projetos na rede Dasa. Os dois ainda não realizaram procedimentos estéticos, mas viram no mercado uma oportunidade de negócios. Juntos, atraíram dois outros amigos e sócios, Stéfano Assis e Felipe Tayer, também fundadores da Melhor Câmbio, plataforma de indicação de corretoras de câmbio, e o médico Walter Morandi.
A fintech entrou no mercado em agosto de 2022 com cinco parceiros, como chama os estabelecimentos médicos que cadastra e habilita a oferecer os empréstimos. Desde então, a Inklo avançou para mais de 400 clínicas, consultórios e hospitais em 17 estados, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
No meio do caminho, o negócio virou e os consultórios de odontologia despontaram como os principais interessados no serviços, representando por 60% das contratações. O setor tem um tíquete médio em torno de 3.500 reais e pacientes que fecham mais rapidamente os procedimentos, puxados por serviços de ortodontia e implantes dentários. “As conversões ocorrem praticamente no dia seguinte”, afirma D’Azevedo.
Alguns fatos e dados sobre o negócio da Inklo:
A startup quer chegar em dezembro deste ano originando R$ 4,5 milhões por mês, valor que representa 700% de alta em relação ao começo do ano. Os valores captados na rodada pre-seed serão usados para apoiar esse crescimento, aprimorando o produto e plataforma de análise de crédito, investimentos em tecnologia, suporte aos estabelecimentos e aos pacientes.
Para que a estimativa se transforme em realidade, a Inklo prevê que terá 1.500 parceiros no fim do ano na plataforma, com penetração em todos os estados do país. A conta considera ainda clínicas oftalmológicas, área em que a startup acabou de entrar.
“O modelo permite a expansão para outras áreas de saúde, mas, por ora, pretendemos manter essas três verticais. Tem muita coisa para crescer nelas e diferentes personas, como médicos de cidades pequenas e de grandes redes, para quem podemos oferecer a solução”, afirma o executivo.