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Startup oferece "conselheiro de bolso" para líderes de empresas e capta R$ 1,5 milhão

A rodada pré-seed é liderada pela DOMO.VC, com apoio de investidores como Guilherme Bonifácio e Eduardo Baer, cofundadores do iFood

Da esquerda para a direita: Gabriel Goichmann, CPO; Marina Proença, co-Founder e CMO; Bruno Kloss, CTO, e Wagner Cassimiro, CEO da Mentora (Mentora)

Da esquerda para a direita: Gabriel Goichmann, CPO; Marina Proença, co-Founder e CMO; Bruno Kloss, CTO, e Wagner Cassimiro, CEO da Mentora (Mentora)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 08h00.

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O CEO do Google, Sundar Pichai, acredita que, um dia, a evolução da inteligência artificial generativa trará um professor na palma da mão de todo aluno. Numa escala menor, essa ideia já está sendo aplicada em várias áreas: finanças, varejo, recursos humanos e comunicação já têm à disposição chatbots para auxiliar no trabalho. Pelo ChatGPT, qualquer pessoa pode criar um terapeuta virtual e pedir conselhos.

Neste contexto, a cofundadora da startup de recursos humanos Mentora, Marina Proença, acredita que a IA generativa também pode transformar o desenvolvimento de líderes nas empresas. A empresa acaba de captar R$ 1,5 milhão em uma rodada pré-seed liderada pela Domo.VC, com apoio de investidores como Guilherme Bonifácio e Eduardo Baer, cofundadores do iFood.

Fundada em 2023, a Mentora se define como uma plataforma de "inteligência híbrida", misturando tecnologia e experiência humana. Na prática, combina sessões presenciais com especialistas e oferece, no ambiente virtual, uma IA que ajusta as orientações às necessidades e desafios de cada empresa.

Filha de uma professora e de um vendedor de rua, Proença começou a trabalhar cedo para superar as dificuldades financeiras da família. A paulista é formada em Marketing e se dedicou na área até assumir como COO da Clickbus em 2017. Depois de tantas experiências no mercado, percebeu que queria empreender e fundou três startups, incluindo a Mentora.

Ao longo dos anos, Proença muitas vezes se frustrava com o tratamento pouco humanizado entre gestores e funcionários. Não eram todos que tinham as ferramentas sociais e emocionais para liderar bem uma equipe. Foi daí que surgiu a ideia da Mentora, antes mesmo do lançamento do ChatGPT. Na época, parecia um desafio enorme, mas após a chegada do chatbot da OpenAI, Proença decidiu investir na ideia.

Qual é a proposta da Mentora?

A Mentora usa uma combinação de inteligência artificial e apoio humano para desenvolver líderes dentro das empresas. Primeiro, entende a cultura, os desafios e os objetivos de cada organização. Com essas informações, os líderes definem suas metas de desenvolvimento, e a IA da Mentora oferece orientações personalizadas, levando em conta as necessidades da empresa e o perfil de cada líder.

"A tecnologia aprende desde o perfil comportamental até os desafios do negócio", explica Proença. O objetivo é acelerar o desenvolvimento dos líderes sem sobrecarregar suas agendas ou tirar o foco nos resultados. "Não queremos adicionar mais carga ao dia deles", diz. Ela também destaca que a Mentora pode ajudar não só executivos, mas qualquer pessoa que lidera um projeto.

Para não depender somente do chatbot, a Mentora também oferece workshops e reuniões em pequenos grupos, onde os líderes discutem seus desafios com especialistas.

Mentora na prática

Uma dessas empresas foi a RM Mais, construtora especializada em projetos estruturais do interior do Estado de São Paulo, com mais de 100 funcionários. O desafio, segundo Proença, era ampliar a performance dos times, pressionados pelo ritmo de crescimento acelerado da empresa desde o ano de 2019.

No caso da RM, o foco foi o desenvolvimento do protagonismo, agilidade e habilidade de serem líderes que desenvolvem os profissionais de suas equipes. “A RM tem líderes em todos os níveis de experiência e muitos deles recentes nas posições que ocupam. Um dos ganhos que a Mentora nos trouxe foi o de treinar esses profissionais rapidamente. Percebemos que o senso de protagonismo das lideranças foi reforçado, com maior autonomia, o que é fundamental para os objetivos que queremos atingir com a empresa”, disse Raul Mayer, fundador e COO da RM.

Com o investimento da Domo.VC, a Mentora planeja expandir suas operações, melhorar a IA e integrar novos recursos, como análises de voz para captar emoções e melhorar a interação com os usuários. "Estamos criando soluções mais intuitivas, como feedbacks via voz, que captam o tom emocional das conversas", diz Wagner Cassimiro, cofundador da startup. Bruno Kloss e Gabriel Goichman também contemplam o quadro de fundadores, liderando as áreas de tecnologia e produtos, respectivamente.

Fundada há oito anos, a Domo.VC é uma gestora de venture capital brasileira que investe majoritariamente em startups de tecnologia. O banco para empresas Conta Simples e a plataforma de pagamentos de automóveis Zapay são duas das startups que já receberam aportes da Domo.

A previsão para a Mentora é concluir uma nova rodada de investimentos até 2025 e ampliar o impacto da startup em empresas de médio e grande porte, no Brasil e globalmente.

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