Caio Bonatto, Fabiane Pellegrino e Lucas Maceno: a Makasí quer "atacar a burocracia" do setor imobiliário
Repórter
Publicado em 26 de novembro de 2024 às 13h37.
A fintech paranaense Makasí, que oferece crédito para a construção de imóveis, está mirando um mercado gigantesco: apenas 20% das construtoras no Brasil conseguem acessar crédito profissional.
Com uma proposta focada em pequenas e médias incorporadoras, a startup anunciou uma nova captação de R$ 120 milhões por meio de uma parceria com a gestora RBR Asset.
A operação, estruturada em um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), será destinada exclusivamente ao financiamento de construções por meio da Makasí.
Fundada por Caio Bonatto e Lucas Maceno, a Makasí utiliza tecnologia para "atacar a burocracia" e as barreiras do crédito no setor imobiliário.
Segundo Bonatto, o sistema financeiro tradicional negligencia empresas menores devido à complexidade dos projetos e à falta de infraestrutura tecnológica.
"Queremos resolver a dor de um setor no qual boa parte das incorporadoras não consegue acessar crédito, mesmo em um mercado com alta demanda", afirma o fundador.
'McDonald's da construção civil' recebe aporte milionário para popularizar obra à moda LegoDesde 2023, a Makasí oferece uma plataforma digital que automatiza todo o processo de financiamento, como análise de risco, gestão de recursos e até inspeção de obras.
A tecnologia promete simplificar operações que antes demoravam meses, permitindo a aprovação de crédito em poucas semanas.
Para as incorporadoras, isso significa acesso mais rápido ao crédito; para os credores, maior controle sobre os recursos liberados e um modelo mais seguro de operação.
Segundo a fintech, a plataforma é capaz de reduzir os custos operacionais para credores em até 14 vezes, ao mesmo tempo que melhora a rentabilidade em projetos menores e inexplorados.
A fintech também aposta em uma abordagem diferente: avalia mais a qualidade dos projetos do que o histórico financeiro das empresas.
"Ao invés de rejeitar empresas por falta de governança financeira, olhamos para a viabilidade do que está sendo construído", explica Bonatto.
Essa estratégia já ajudou a financiar mais de 2,8 mil habitações em 14 estados brasileiros, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
A jornada dos fundadores da Makasí começou muito antes. Em 2009, Bonatto e Maceno criaram a Tecverde, de construção civil industrializada, quando ainda estavam no curso de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná.
A empresa foi vendida em 2020 para uma joint venture formada pela belga Etex e pela chilena Arauco, após liderar projetos como a construção de hospitais na pandemia e moradias para famílias desabrigadas.
"Aprendemos na prática como funciona o setor imobiliário e quais eram os maiores entraves", diz Bonatto.
A dupla, então, fundou a Makasí em parceria com Fabiane Pellegrino, ex-executiva do serviço de e-commerce Omnichat, e Ruy Chaves, que liderou projetos de crédito imobiliário na Creditas.
Vender a casa e continuar morando nela? Startup capta R$ 100 milhões para acelerar essa ideiaO foco agora é escalar. Com um faturamento de R$ 12 milhões em 2024, a Makasí projeta triplicar esse número no próximo ano, com uma nova rodada de investimentos planejada para 2025.
Atualmente, a empresa já conta com 130 operações aprovadas e aposta na expansão da base de clientes e parcerias para criar novas linhas de crédito.
Bonatto vê oportunidades claras para crescer. "Com as mudanças nas políticas da Caixa Econômica Federal e a relevância crescente do mercado privado de capitais, acreditamos que o momento é ideal para escalar nossas operações", diz.